quarta-feira, 27 de abril de 2011

Cursus de sapientia philosophiae buteco: Pseudismos, Modismos e Frescuras


ATENÇÃO: Não costumo usar linguagem ofensiva e palavrões. Entretanto, como a internet é um meio livre e não estarei citando nomes de pessoas físicas ou jurídicas, vou usar muitos palavrões nesse post. Recomendo que tirem as crianças da frente do computador e que tire os mais idosos também. Pronto? Já tirou todo mundo? Então leia essa merda antes que você se arrependa.

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que odeia, e ODEIO mesmo, uma coisinha chamada frescura. Outra coisa que odeio são as modinhas e os "pseudos" qualquer coisa.
Bom, como já devem estar imaginando vim aqui na seção do curso de sabedoria filosófica de buteco falar sobre algumas das coisas que eu mais desgosto:

FRESCURA
MODINHAS
"PSEUDISMOS"

FRESCURA

Em primeiro lugar vamos falar de frescura, bem conhecido popularmente, e vulgarmente, como o famoso "cu doce", ou até mesmo, homofobicamente conhecida como "viadagé" ou "viadagem".
Quando uso qualquer um desses termos não estou fazendo referências as tendências ou opções sexuais de outra pessoa. Tão pouco estou tendo comportamento homofóbico e criticando escolhas pessoais. Utilizo esses termos para designar comportamentos eufóricos ou demasiados ridículos para uma situação simples de resolução pragmática.
Por exemplo:

Quando você comprimenta uma pessoa ela faz cara de nojo? Estou cagado? Com o perdão da palavra. Ou então quando essa pessoa esnoba você ao invés de simplesmente dizer "Bom dia". Sim, a "esnobisse" é outra forma de viadagem, frescura, cu doce, etc.
Podemos também visualizar a imagem daquela pessoa que nunca passou qualquer tipo de necessidade, aperto ou dificuldade material, ou então que sempre teve grana, e que de repente se ve submetida a ter que andar de ônibus ou fazer compras no centro da cidade, ao invés de andar de carro com ar condicionado ou fazer todo e qualquer tipo de compra no shopping center.
Tudo bem que essa pessoa possuia um alto padrão de vida e não é fácil se adaptar a novos desafios. Mas por favor! Pega a merda do ônibus e vai na porra da cidade, sem ficar abrindo a bosta da matraca pra reclamar, senão eu pego a buceta da minha mão e enfio no pé da suas "zoreia".

Existem muitas outras formas de frescura que nem sei compensa citar, tudo isso somente irá aumentar meu nível de raiva contra a raça sub-humana.

Modismos

Modismos, mais vulgarmente conhecidos como modinhas, são as tendências populares de uma época. Desde que eu me conheço por gente já vi dezenas e mesmo eu sendo esse poço de sabedoria e cultura... hmmm, quero dizer, mesmo eu sendo uma pessoa de bom senso e relativamente culta, se comparado a maioria da população brasileira, já fui vitíma, ou melhor, já fiz parte de algumas modinhas.

Mas o que me irrita é modismo por modismo. Eu já tive tamagochi, já joguei tazo e já assisti pokemon. Eu era criança, tudo bem que as vezes quando passa pokemon eu ainda assisto, mas isso não vem ao caso. O que importa é o fato de que muitas pessoas embarcam na moda por vontade do meio e não delas mesmas.

Ai alguém me pergunta:

Ei Vaco! Mas você está dizendo que as pessoas não tem livre-arbítrio? Que elas não podem decidir por si mesmas? Que a vont...

CALADO!

Bom, eu quero dizer várias coisas, mas deixe eu explicar melhor o que é que eu penso a respeito disso, sem desrespeitar a inteligência, ou falta, de ninguém e sem passar por cima de alguma teoria da comunicação.

O ser humano é um ser vivo, racional, com telecefalo altamente desenvolvido e polegar opositor.
(Aproveito o ensejo e peço que assistam o documentário Ilha das Flores, do qual tirei a frase acima, uma visão muito interessante sobre o ser humano e seu comportamento, agora voltando ao assunto...)Temos a capacidade de observar, entender, ponderar, comprovar, estudar, criar, vivenciar, deduzir, induzir, modificar, entre outras, que aliadas ao livre arbítrio comandam nossas escolhas e decisões do dia a dia.
Entretanto a maioria das pessoas parece simplesmente aceitar aquilo que nos é empurrado por todos os lados. Sem antes questionar o valor daquilo.
Lógico, tem gente que gosta de funk carioca, música eletrônica, braceletes coloridos, pantene e revistas de fofoca porque gosta e sabe que gosta daquilo por algum motivo que só ela e Deus sabem e eu não faço questão nem de imaginar. Entretanto é uma minoria infima.

Imagino eu... o que gera esse tipo de situação?
Hmmm... Pobreza? Formação cultural? Criação dos pais? Escola? Política? A televisão?

É teórico e é relativo... Então não cabe a mim decidir. Estou apenas, como diria o grande Mussum, Potrestando! Eu só potrestis! Eu só potrestis!
E agora meus amigos...agora vem o pior!

PSEUDISMOS!

Não confundir com pseudônimos. Pseudismos é um neologismo que vou usar para me referir aquelas pessoas que fingem ser algo ou que imaginam ser algo e não são.
A pior espécie de pseudistas, seriam os pseudo-intelectuais e os pseudo-engajados.


Mas o que é o pseudista? Como identificá-lo?
Pseudointelectuais, pseudo engajados, pseudo eruditos, pseudo poetas, pseudo qualquer raio que seja são geralmente oriundos da classe média. Tem gostos ao mesmo tempo estranhos mas com base bem popular. Não se aprofundam em nada e adoram frases de efeito, jargões e pensamentos prontos. Citam escritores, pensadores, filosofos, músicos e celebridades sem pestanejar. Adoram apontar o óbvio e como Nietzsche afirmaria: "Quem sabe que é profundo busca a clareza. Quem deseja parecer profundo para a multidão procura ser obscuro porque a multidão toma por profundo aquilo cujo o fundo não vê, ela é medrosa... exita em entrar na água"

O mais engraçado é que Niezstche é uma das leituras favoritas dos pseudistas, muito embora a maioria nem tenha lido Niezstche. Alguns podem até ter lido "Quando Niezstche chorou" e acreditar que aquilo é uma obra dele e pior, uma obra não-fictícia.

Enfim. Virou modismo ser pseudo alguma coisa.
Citar Niezstche, falar enfadonhamente sobre um assunto sem propósito de esclarecer ou defender um ponto de vista, apenas por se mostrar prolífico, quando na verdade está sendo infrutífero. Tudo isso e muito mais virou coisa de gente oca, gente vazia e que não tem mais o que fazer senão falar abobrinhas.

Merda por merda, prefiro ouvir as minhas.

E mesmo com toda a superficialidade com que tratei esses assuntos, ainda asim me considero um vingador contra esse tipo de gente mediocre.

Sem mais delongas, com mais decurtas, fica aqui um protesto pacífico de um cabra muito homi que não aceita a idiotice presunçosa da atual juventude. Sim, idiotice presunçosa, pois existe a boa idiotice, que é a que eu tento divulgar todos os dias. A idiotice do bem estar de ser uma pessoa espontânea e sem complexos fúteis.


PEIDO DO GORDO! UOOOOU!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Limbo Musical: Rock Progressivo - EDIÇÃO EXTRA ORDINÁRIA

Frank Zappa e as mães da invenção: Psicodelia, progressivo e abstrações concretas


Estou interrompendo momentaneamente minha saga especial sobre o rock progressivo para apresentar, creio que esse senhor que irei comentar dispensa apresentações, mas enfim, e comentar um pouco sobre essa figura tão carismática e genial que foi Frank Vincent Zappa, ou mais normalmente, Frank Zappa.
Seria impossível e até mesmo injusto, falar de rock progressivo e esquecer desse que foi um dos maiores contribuíres do gênero Embora nem sempre se ligue o nome Frank Zappa ao rock progressivo, é inegável sua importância para o estilo. O fato de Zappa não mostrar uma definida linha musical talvez seja o culpado dele não ser ligado ao rock progressivo tão fortemente quanto bandas como Pink Floyd, Genesis ou Yes, mas não podemos negar que o homem foi um dos mais inventivos e excêntricos músicos de sua geração, e por que não dizer de todos os tempos.

As influências de Zappa são impares e definiram sua formação musical. Do Rythm and Blues da década de cinqüenta até a música de vanguarda e erudita, Zappa mesclou tudo isso ao rock pesado, ao blues e ao jazz, transformando qualquer forma de som criado pelo homem (ou por alienigenas, máquinas, animais, minerais, vegetais, etc.) em forma musical.

Durante sua adolescência e começo da idade adulta ele foi parte de várias bandas, tocando bateria, guitarra e cantando. Chegou a se apresentar em um programa de auditório no qual tocava música com uma bicicleta. Entretanto sua fama começaria apenas com o grupo Mothers of Invention. Em 1966, em pleno auge da Beatlemania, Frank Zappa and the Mothers of Invention, lança o disco "Freak Out", já mostrando que não veio para brincadeiras. Psicodélico, inovador, roqueiro e desprentecioso. Agora os fãs de Beatles que me perdoem, mas Frank Zappa em apenas um disco resumiu tudo que os Beatles até então tinham feito e fariam até o Sgt. Peppers, lógico que com Frank Zappa no comando tudo foi além, e "Freak Out" se tornou um disco "cult" e ao contrário do rock "bobo" da época, possuia canções de alto nível estrutural e muito originais. Tanto que Zappa teve que "ler" as canções para os músicos poderem gravar, coisa que para um álbum de rock and roll era quase impensável.

Em 1968, ano seguinte ao lançamento do Sgt. Pepper Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, Frank Zappa and the Mothers of Invention lança o disco, "We're only in for the money", com uma capa satarizando o "Sgt.Peppers", que inclusive foi censurada a pedido, do ainda não, Sir Paul McCartney. O disco era um verdadeiro esculhacho sonora. No bom sentido. Com canções muito complexas, arranjos vanguardistas e algumas das passagens musicais mais interessantes de toda a década de sessenta. Lógico, os Beatles não foram os únicos provocados, toda a contra-cultura hippie e a geração "flower power" foi criticada e satirizada. Valendo lembrar para os desinformados, que Zappa era contra o uso de drogas, dizendo que elas afetavam sua criatividade e classificava seus usuários como "babacas em ação". Penso eu que uma critica dessa tem a ver com toda a contradição da cultura hippie, que pretendo abordar em outro texto.

Na década de setenta o Mothers of Invention se dissolveria e Zappa seguiria carreira solo, tendo disco ou outro sido gravado com ajuda de novas formações do Mothers of Invention.
A questão é que Zappa mudou radicalmente o conceito de musicalidade. Ele não queria agradar, não queria soar melódico ou harmonioso. Não tinha interesse algum em vender 100 milhões de discos ou zero. Não queria ser um membro da contra-cultura, muito menos um membro da cultura popular. Ele queria fazer música diferente e atemporal, e conseguiu.


Eu poderia traçar linhas e linhas de informações sobre Frank Zappa. Poderia dedicar uma saga única e exclusiva aqui para esse nosso amigo fenomenal. Mas vou apenas terminar essa seção com algumas coisas interessantes. Irei fazer um breve comentário sobre meus discos favoritos do Zappa.
Colocarei também videos de algumas canções emblemáticas do grande Zappa. E algumas frases marcantes que o mestre proferiu.


Bom, até o próximo Capítulo da Seção Limbo Musical, na qual vamos continuar a saga do rock progressivo!

Frank Zappa, Discos favoritos do VACO:
1966 - Freak Out


Disco que revolucionou a música. Até então, provavelmente, o disco mais complexo e interessante de rock. Anos luz a frente de "Revolver" ou "A Quick One". Um dos primeiros discos conceituais e duplos da história do rock.
1968 - We're only in it for the Money


Disco que, supostamente, teve sua capa censurada a pedido de Paul McCartney, pois satirizava a capa do clássico Sgt.Peppers dos Beatles e toda a cultura hippie, flower-power. Musicalmente é um disco que mistura rock and roll com elementos de música vanguardista, R'n'B dos anos cinquenta, surf music, doo-woop e experimentos sonoros. Algumas das passagens mais interessantes da música da década se sessenta se encontram nesse disco.

1970 - Hot Rats

Primeiro disco de Zappa sem os Mothers of Invention e possivelmente o primeiro disco comercializado a ser gravado em seis canais (até então o costume era gravar em quatro).
Quase inteiro instrumental, o disco é menos experimentalista que outros e mais progressivo. Mostrando em clássicos como "Peachs en regallia" que Zappa era um dos maiores nomes da música.

1970 - Chunga's Revenge


Uma abordagem próxima ao Hot Rats. Entretanto com mais enfase em guitarras pesadas. Algumas músicas como Transylvania Boogie e Road Ladies mostram um lado bem roqueiro de Zappa.

1973 - Over Night Sensation


Outro disco de Zappa que se remete demais ao Rock progressivo.
Muitos fãs dizem que é um álbum controverso, pois se comparado aos anteriores é muito mais acessível, musicalmente falando. Na minha opinião, apesar de elementos mais simples, menos colagens e experimentos musicais, Over Night sensation é um dos melhores discos de Zappa, com alguns de seus maiores clássicos, como Camarillo Brillo, I'm the slime e Zomby Woof.

1974 - Apostrophe (')
Apostrophe (') é um disco que embalou no sucesso de ONS. Tornou-se o maior sucesso comercial de Frank Zappa nos EUA. Mesmo assim é um disco experimentalmente mais rico que ONS. Com músicas complexas e diferentes, com letras, ainda, mais bizarras e obscuras.

1979 - Sheik Yerbouti


O disco de maior vendagem de Zappa, com mais de dois milhões de cópias no mundo todo. Músicas menores, mas não menos sofisticadas. O ponto forte do disco é o humor, ainda mais forte, mais satirico e mais presente.

1979 - Joe's Garage - Acts I, II and III

Opera Rock lançada por Frank Zappa. Indiscutivelmente um dos mais complexos e mirabolantes trabalhos lançados pelo mestre. A história de Joe, um jovem que se aventura pelo mundo da música com sua banda e descobre a podridão da política e da humanidade. Meu disco favorito do Zappa.

1983 - The Man From Utopia


Segundo disco do Frank Zappa com Steve Vai na guitarra. Um disco um tanto quanto diferente, menos conceitual, embora o nome possa sugerir o contrário, que o restante de sua obra. Musicalmente falando existem diversas influências, desde suas raízes no R'n'B e Doo-Woop, música mais vanguardista e rock mesclado ao blues e jazz.

Algumas frases emblemáticas:

"A mente é como um pára-quedas. Só funciona se abrí-lo."

"Droga não é o mal. A droga é um composto químico. O problema começa quando pessoas tomam drogas como se fosse uma licença para poderem agir como babacas."

"Conduzir uma orquestra é abanar as mãos ou um pedaço de pau, criando desenhos no ar, onde são interpretados como mensagens musicais por gente de fraque, que preferiria estar pescando."

"Sem música para decorar, tempo é só a monotonia de prazos de entregas e contas à pagar."

"Sem um desvio do normal, progresso é impossível."

"Se você quer trepar, vá à faculdade. Mas se você quer aprender alguma coisa, vá à biblioteca."

"Se você acabar com uma vida tediosa e miserável porque você ouviu seus país, seus professores, seu padre ou alguma pessoa na televisão, dizendo para você como conduzir a sua vida, então a culpa é só sua e você merece."

"Meu conselho para quem quer ter uma criança sadia e feliz é mante-la o mais longe possível de uma igreja. Crianças são ingênuas e confiam em todo mundo. Escola já é ruim mas se levá-la para a igreja, então está querendo mesmo problemas."

"Estupidez até pode ter um certo charme. Ignorância não."

"Alguns cientistas acreditam que hidrogênio, por ser tão abundante, é o elemento básico do universo. Eu questiono este pensamento. Existe mais estupidez do que hidrogênio. Estupidez é o elemento básico do universo."

"Existe mais canções de amor do que qualquer outro tipo. Se canções influenciasse as pessoas, amaríamos uns aos outros."

"Pessoas consomem produtos via respiratória para poderem diminuir seu nível intelectual e assim poderem se sentir parte da turma. Afinal, ninguém gosta de andar com quem é mais inteligente do que você. Isto não é divertido."

Vídeos:

Why does it hurt when i pee?

Joe's Garage

Bobby Brown

Zomby Woof

King Kong





terça-feira, 19 de abril de 2011

Cursus de sapientia philosophiae buteco


Essa é uma nova coluna. Ela tem o objetivo de extravasar algumas idéias absurdas, filosofias baratas, pensamentos estranhos e tudo mais que se eu declarasse publicamente, o que no caso estou fazendo aqui, seria considerado digno de internamento em alguma clinica psiquiátrica.

Para príncipe de condessa, como diria nosso grande amigo “El Chavo Del Ocho”. Não quero que ninguém pense que o que escreverei aqui é para ofender, causar polêmica, ser sério ou criar alguma espécie de nação zumbi. Não, sou apenas alguém que em seu tempo livre gosta de ser diferente e pensa de maneira... Não ortodoxa.

Bom... Como nenhum assunto vem a minha mente, vou tentar traçar um pensamento sobre isso. É! Um pensamento sobre como às vezes ficamos sem assunto.
Parece ótimo, ao menos para o intuito da seção. Parece absurdo, idiota, sem o mínimo propósito de porque vou escrever esse monte de idiotices. Mas enfim, se uma ou duas pessoas lerem já estarei feliz.

Alguma vez você já passou por uma situação do tipo:
Está sentado conversando com alguém, geralmente alguém que você conheceu naquele momento, ou não conhece muito bem e de repente não há mais assunto.

Duvido que isso nunca tenha ocorrido. Mas por que será que isso ocorre?

Será que somos nós que perdemos o fio da meada, acabou o assunto, não temos mais condições de estabelecer uma plena conversação pelo fato de não termos muito em comum com a pessoa? Vergonha? Medo? Ou será que a outra pessoa que é uma completa idiota, ou esnobe e não gosta de conversar com gente... Como a gente?

Enfim. Não dá pra saber. Sim, qualquer tentativa de solucionar esse mistério que atormenta a humanidade há milênios... Bom, para mim é um mistério que atormenta, não sei quanto aos outros bilhões de seres humanos, mas enfim... Será infrutífera, inútil e provavelmente superficial. Então vamos desistir? Parar por aqui essa inutilidade e cessar essa perda de tempo?

Ou não? Ou será que estamos equivocados ao desistir simplesmente porque algo parece que não está dando certo?

Enfim. Creio que os dois pensamentos são corretos.

Certas coisas são infrutíferas, imbecis, idiotas e deveriam ser abandonadas assim que possível. Outras têm que ser persistidas, até o fim, sem reclamações.
Isso faz do homem o que ele é.
Um monte de merda ou um gênio incontrolável.

Limbo Musical: Rock Progressivo



Limbo Musical: Rock progressivo

Introdução:

O rock progressivo é um estilo musical dos mais complexos, dos menos divertidos para aqueles que não gostam de pensar e nem sempre é feito com o intuito de simplesmente "agradar gostos musicais". Essa saga, ainda de quantidade de capítulos indefinidos, visa explorar um pouco sobre o universo desse estilo tão rico e complexo, amado por alguns, odiado por muitos, ignorado por milhares e esquecido por outros. Viso também, ao fim dessa saga, mostrar que o estilo não morreu e existem bandas travando verdadeiras guerras fonográficas para manter o estilo vivo, seja no mainstrem, seja no underground. Resolvi dividir em alguns capitulos, e dessa vez vamos falar sobre as origens do rock progressivo.

Capítulo I: Os primórdios

Meado dos anos sessenta. O Rock já completava uma década e os principais expoentes eram The Beatles, Rolling Stones e The Who. Além de outras muitas bandas que faziam o eixo musical, Estados Unidos e Inglaterra. Durante esse período a cultura, política e sociedade assistiriam transformações diversas. A guerra fria, a corrida bélica e nuclear, a geração x vigando, os novos costumes, a revolução sexual, os direitos dos negros e das minorias, entre outros acontecimentos. Tudo isso marcou profundamente a sociedade e mudou o modo de como as bandas encaravam a realidade. Não bastava fazer apenas as velhas canções de rock and roll, com os mesmos poucos acordes e com as letras sobre diversão e amor. E para dar o primeiro passo em direção a novos rumos os Beatles começaram a mostrar experimentações nos discos Rubber Soul e Revolver, respectivamente de 1965 e 1966. Rolling Stones e The Who começaram a mostrar suas facetas mais ousadas também em 1966, respectivamente com “Aftermath” e “A quick one”. Nada disso superaria o que três discos lançados em 1967 representam. The Beatles e, até então, duas desconhecidas bandas, lançariam as bases para o que viria ser conhecido como Rock Progressivo nas décadas subseqüentes.

“Sgt.Peppers Lonely Hearts Club Band” do The Beatles. “The Piper at the gates of Dawn” do Pink Floyd. “Days of a Future Past” do The Moody Blues.


O primeiro é considerado a obra mestra dos Beatles. Discordo dessa idéia de tantos fãs. Abbey Road é o que considero o ápice da criatividade e musicalidade dos Beatles, seguido pelo álbum branco e pelo Let it Be. Depois o Sgt.Peppers, contudo isso é um tanto quanto questionável e subjetivo. O assunto também é outro. O fato é que Sgt.Peppers trouxe uma nova musicalidade e abriu o conceito de “álbum conceitual”. Embora muitos digam que um álbum para ser conceitual precisa girar em torno de um conceito, ou temática, apresentando uma história ou uma relação de fatos, e o sgt.peppers não apresenta necessariamente isso, é visível que ele foi criado, a principio, para contar uma pequena história narrada pelos The Beatles. Eles apresentam o Sargento Pimenta e sua banda do clube dos corações solitários, logo em seguida emendando a música que apresenta Billy Sheers (segundo boatos... falsos... o sósia que teria substituído Paul MacCartney depois de seu falecimento em um acidente. Besteiras a parte...). O Resto do álbum não tem conexão lírica ou temática, entretanto formam uma bela obra, que inclusive, foi um dos primeiros discos de rock a contar com uma orquestra em sua gravação. Reza a lenda que no mesmo dia que gravavam Sgt.Peppers, no estúdio da Abbey Road, lá estavam eles, Pink Floyd, gravando seu primeiro disco, o intitulado “The Piper at the Gates of Dawn”.

O disco é psicodélico do inicio ao fim, com longas músicas e arranjos mais complexos. Foi praticamente o único disco a contar com o vocalista e guitarrista, Syd Barret. Pouco tempo depois o carinha deu um sumiço, voltou, lançou dois discos solos e desapareceu. Chamaram David Gilmour pra substituí-lo. Syd só daria as caras anos depois durante a gravação de um álbum que era em sua homenagem. E, diga-se de passagem, o cara teria detestado a música que Roger Waters e Cia fizeram pra ele. O caso é que Sid sofria de esquizofrenia. Não sei informar se foi o consumo irrestrito de drogas alucinógenas, se ele tinha outros tipos de problemas, ou o que. Contudo ele era um grande músico e deixou um belo legado de sua música. E para finalizar essa primeira parte, que tal um breve comentário sobre o disco “Days of a Future Past” do The Moody Blues. Lançado no mesmo ano que os dois discos que comentei anteriormente, ele teve aspectos semelhantes e diferentes.

Podemos chamar esse disco de conceitual em toda sua estrutura, ao contrário do Sgt.Peppers ou do The Piper. Inicialmente o Moody Blues queria fazer uma versão rock da Sinfônia do Novo Mundo, do compositor Checo, Dvorak. Entretanto a idéia foi abandonada. O conceito final é sobre como nasce e acaba o período de um dia. As canções bem intrincadas e com uma sonoridade especial fazem desse disco uma obra de arte. Assim como Sgt.Peppers esse disco teve a participação de uma orquestra, entretanto, na minha opinião, mesclou a música erudita de maneira mais eficaz que os Beatles. Não usando apenas arranjos, mas fazendo canções inteiras com a orquestra e mostrando passagens belíssimas que viriam até a se tornar elementos decorrentes, e muitas vezes clichês, no rock progressivo.

Enfim... O rock progressivo é um estilo rico demais para tentar explicar em apenas um post.
Não pretendo fazer aqui uma enciclopédia sobre o assunto, tão pouco escrever um livro. Mas quero tentar trazer o assunto à tona, expor meus pontos de vista e também trazer alguma leitura diferenciada para quem à procura.

Próximo capítulo de Limbo Musical:

Rock Progressivo - Capítulo II: Da psicodélica ao período clássico.

Exemplo de algumas canções dos discos citados, clique no link pra ver o vídeo:

The Beatles - A Day in The Life

The Moody Blues - Nights in White Setim

Pink Floyd - Interstellar Overdrive