sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Limbo Musical: Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez


Hoje na seção Limbo Musical irei citar um dos discos mais raros e esquecidos do rock e da música popular brasileira, o disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez".

Trata-se de um disco raro, rarissimo, gravado em 1971, pelo time formado por:
Raul Seixas, Sergio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star.

Acontece que Raul Seixas havia formado um grupo de rock em meados da década de 60, chamado Raulzito e os Panteras, lançando apenas um disco homônimo em 1968. Sem muito sucesso comercial a banda acabou e Raul continuou uma carreira bem sucedida como produtor da CBS.
Porém em 1971 ele lança esse disco singular. Muitos mitos cercam esse álbum, dentre eles o mais comentado é que o conjunto teria gravado o disco as escondidas. Entraram a noite nos estúdios da CBS e teriam gravado sem o conhecimento da gravadora. Isso geraria a demissão de Raul Seixas.
Entretanto esse fato é desmentido por Edy Star, único remanescente, pois Raul Seixas morreu em 1989, Sérgio e Miriam em 1994). O músico garante que o grupo gravou com conscentimento da gravadora e que Raulzito continuou com seu emprego.
Mitos e lendas a parte, é um disco único que traria influências diversas. Muito influênciado pelo rock experimental do Freak Out do Frank Zappa, e do Sgt.Peppers Lonely Hearts Club Band dos The Beatles, além de trazer muito da música popular brasileira e altamente influênciado pela trópicalia, "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das dez" pode ser considerado TUDO, experimental, estranho, deslocado de contexto, escalafobético, menos fraco.

Recheado de vinhetas, que vão de uma apresentação circense até mesmo a uma fanfarra seguida de um puxão de descarga de vaso sanitário, o lp mescla samba, rock, música breja, bolero, etc.
Destaques absolutos para: Etâ Vida (uma marchinha empolgante, com uma letra quase melancólica, por mais estranho que pareça), Quero Ir (Uma mistura de rock e baião), Todo mundo está feliz (um rock BEM anos sessenta), Eu vou botar pra ferver (Outro rock, mas puxando pra música brasileira), Aos trancos e barrancos (talvez o único samba que Raul tenha gravado em sua vida toda) e Dr.Pâxeco (a mais rock do disco, quase sem influência de outros estilos).

Enfim. É um disco obscuro, estranho, engraçadinho, despretensioso, não conta nenhuma história que tenta desvendar o psicológico humano, nenhuma fábula épica, nada que tenta desafiar o status quo, nem mesmo uma afronta as mazelas humanas. É apenas um disco de rock, bem bizarro, entretanto, MUITO BOM!


Aqui o link para download: Sociedade da grã ordem kavernista apresenta sessão das dez
Fonte do Link: Almoxarifado Empoeirado
Até mais ver galera:

Ouvindo: Raul Seixas e a grã-ordem da sociedade kavernista - Quero ir

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Made in Japan: Tokusatsu, animes, mangas, etc...




Olá galera. Mais um post e desta vez abro espaço para falar de um assunto que gosto muito. Produtos de entretenimento japonês para jovens. Seja Tokusatsu (e seus inúmeros derivados, como metal heroes, sentai, super sentai, kamen riders, etc...), seja anime, adoro esse tipo de seriado. Não comentarei sobre mangás, justamente pois não tenho costume de ler os mesmos. Talvez pela organização espacial do conteudo, que é diferente das Hq's ocidentais, talvez pela minha falta de verba para comprar todos mangás que gostaria, ou até mesmo pela preguiça de ficar lendo na frente do computador (e pelo cansaço da vista que isso gera!). Não citarei também seriados como Power Rangers (qualquer temporada), Vr Troopers, Masked rider, etc... justamente pois são adaptações falaciosas e inferiores dos originais nipônicos. Mais para frente coloco algo sobre a grande farsa da Sabbam (a empresa que comprou os direitos de exibição dos clássicos japoneses).
Bom...para começar vou falar sobre um anime (que era manga) que está ainda não chegou no final e que está fazendo muito sucesso, tanto no Japão, quanto no Brasil e em outros lugares do globo.
Naruto!

Sim, muitos entusiastas mais conservadores, geralmente pessoal entre vinte e trinta anos, me enquadro nessa categoria, pois, no momento, tenho vinte e três anos completos, gosta de estufar o peito e dizer: Os animes eram melhores na minha época.
Ai citam, Dragon Ball (o original e a série Z também), Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho, Akira, Shurato, Supercampeões, Samurai X, etc...etc...etc...
Ai complementam dizendo: Naruto, One Piece, Bleach, Death Note, Full Metal Alchemist, etc... é tudo lixo, animes ruins, fracos, etc...

Bom, descordo vorazmente dessas hipóteses, pois são apenas hipotéses, ou melhor...pontos de vista. Enfim, eu realmente gosto mais dos clássicos da década de oitenta e noventa... tanto que Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho e Dragon Ball Z, constam como meus favoritos. Entretanto muitos animes novos trazem temáticas e até desenvolvimentos de enredo diferente. Situações novas e até elementos diferentes. Pensem bem? Não acham que o carinha que assistia Don Drácula (anime da década de sessenta) e Speed Racer (mesma época) também dizia que o Cavaleiros do Zodíaco era ruim, uma choradeira? Dragon Ball Z não tinha enredo? Era porrada pra todo lado, sem sentido? E por ai vaí...

O lance é assim... Gosto é discútivel, mas também é muito pessoal. Cabe apenas respeitar o do outro.

Quanto a Naruto, acho um dos melhores desenhos dos mais novos. Lógico, como todo anime que acompanha o manga, Naruto tem que ter alguns episódios fillers para que o anime não ultrapasse o manga. Esses fillers (episódios pra "encher linguiça", no bom português) acabam por encher a paciência do telespectador, sendo muitas vezes clichê, com histórias fracas e sem muita ligação com o contexto geral do desenho. Mas fazer o que? Dragon Ball Z tinha fillers, e em muitos episódios uma situação que deveria durar menos de um terço do capítulo, se decorria por uns três ou quatro episódios. Um exemplo é a explosão de Namek. Freeza diz que Goku tem apenas cinco minutos para fugir dali. Mas esses cinco minutos se extendem por pelo menos três episódios.

Quanto a história de Naruto...vamos lá.
Basicamente Uzumaki Naruto (o herói da historia) é uma criança que teve a raposa demônio de nove caudas selada dentro de si. Isso foi feito pelo quarto Hokage (Ho é o prefixo que denomina seu número e Kage é o nome do cargo do ninja mais forte, o líder, de cada aldeia ou vila ninja), tentando impedir que a raposa demônio destruisse Konoha (conhecida como vila da folha oculta). Essa atitude drástica levou o quarto hokage a morte.
Naruto cresce sem amigos, sem família e odiado por todos os adultos. Vira um fanfarrão para que alguém de atenção a ele. Seu maior sonho é ser um Hokage e que todos o respeitem e o reconheçam.

Enfim. O legal do anime é que Naruto é um completo idiota, isso durante quase o seriado clássico inteiro, sendo que em apenas alguns momentos, geralmente para lutar com a intenção de salvar algum amigo, ele se mostra forte, inteligente e sério. Em compensação no segundo seriado, Naruto Shippuden, quando ele está mais velho (no primeiro ele tinha 12 ou 13, no outro ele tem 15 ou 16) ele...continua muito idiota e afobado...isso até certo ponto, conforme o desenho avança ele amadurece.


Enfim... é um anime muito bom. Bem equilibrado entre comédia, drama e ação. É um dos poucos animes que me faz, rir, chorar e ficar empolgado.
Para rir, tem o episódio hilário que Naruto, Sasuke e Sakura (companheiros de time do Naruto) tentam descobrir como é o rosto de seu sensei, Hatake Kakashi (que sempre usa uma máscara ninja). HILÁRIO!
Para chorar basta assistir o episódio de Naruto Shippuden em que Naruto volta como herói de sua vila... Se você acompanhou a série...ficará emocionado. Sem viadagem!
E para ação desenfreada, pegue a batalha de Naruto contra Sasuke no vale do fim, ou Naruto contra Pain no Naruto Shippuden.
Muitos fãs reclamam que atualmente o seriado está muito apelativo, com personagens muito poderosos e com muita enrolação e frescura. Mas isso é natural de um seriado que chegou as proporções que Naruto chegou... Assim como Dragon Ball.

Bom gente...quem tiver curiosidade de conhecer naruto (anime), procure nesse site:

www.anitube.tv

Tem MUITA coisa de anime lá. Naruto clássico completo e Naruto Shippuden até o episódio 185, se não me engano, que foi o último produzido. E aliás, cada episódio produzido que é legendado em português, eles disponibilizam.

Muito obrigado!
E como diz o Naruto: Datte Bayo! (seja lá que raios isso queira dizer!)

Ouvindo: Raul Seixas - A verdade sobre a Nostalgia

Limbo Musical: Bandas esquecidas pela posteridade

Começo hoje minha coluna especial: Limbo musical.
Nessa coluna vou relatar diversos discos e bandas, clássicas ou nem tanto, que foram de alguma maneira esquecidas pelas gerações seguintes, ou até mesmo subestimadas por suas próprias gerações.

Para começar vou citar a grandiosa banda Blue Öyster Cult.

Fundada nos Estados Unidos da América no fim dos anos 60, o BÖC, por alguma razão obscura, nunca foi uma banda muito lembrada, apesar de algumas de suas canções serem consideradas grandes clássicos do rock. Talvez o azar do BÖC tenha sido dividir espaço com outros grandes nomes, como Black Sabbath, Grand Funk Railroad, Led Zeppelin, Rush (não esquecida, mas odiada pela crítica), ZZ Top (Mais lembrados pelas barbas do que pela música, infelizmente), Queen, Deep Purple, entre outros. Sem dúvida o BÖC se destacava, pois além de em cada música e em cada álbum ter uma sonoridade diferente, sem soarem presunçosos ou artificiais, também compunham letras dos mais variados temas, desde a literatura do horror de nomes como H.P. Lovecraft, Edgar Allan Poe e Stephen King, até situações cotidianas e ciências ocultas.
Podemos destacar algumas músicas ou álbuns, entretanto seria mais fácil alguém fazer uma breve pesquisa e ouvir algumas faixas de alguns discos, pois gosto musical é muito subjetivo e algo que agrada meu "paladar" musical pode não agradar o de outro.
Comercialmente a banda implacou poucos sucessos.
Podemos citar: "Don't Fear (The Reaper)" do disco "Agents of Fortune" de 1976. Uma música lindissima com riffs maravilhosos, apesar de ser uma "balada", que contrasta com um solo arrepiante. Outro sucesso, talvez o maior, foi a música "Burning for You" do disco "Fire of Unknow Origin" de 1981. Um hard rock com guitarras "dobradas", mas com uma levada quase pop, no bom sentido da coisa.
Quanto aos clássicos poderia ficar uma semana comentando. Mas vou me ater a cinco discos que considero os mais essenciais e definitivos da banda.

1974 - Secret Teatries
Disco mais do que clássico. Não desprezando os anteriores, "Blue öyster Cult" de 1972 (que tem músicas maravilhosas como "Cities on Flame with rock and roll", "Stairway to the stars" e "Transmaniacon MC") e "Tyranny and Mutation" de 1973 (Que conta com pérolas como "Hot Rails To Hel" e "The Red & The Black"), que são ótimos, entretanto ainda muito presos ao rock setentista genérico (ou seja, MUITA influência de Led, Purple, Sabbath e outros trunfos britânicos). No "Secret Treaties" a banda cria uma identidade pessoal. Não há uma música que possa ser descartada ou dita, "a menos boa". Talvez as menos poderosas sejam "Flaming Telepaths" ou "Subhuman", porém, ainda são grandes músicas. Mas vale destacar duas faixas como as supremas. "Dominance and Submission", um dos riffs mais selvagens do rock and roll, uma tremenda música para execução ao vivo, e a quase progressiva, "Astronomy", já coverizada pelo Metallica. Essa última tem um clima épico, que lembra Pink Floyd, mas ao mesmo tempo consegue ser energética como Deep Purple, mas lógico, com a cara do Blue öyster Cult.

O álbum seguinte, "Agents of Fortune", de 1976, é um ótimo disco também. Na minha opinião menos coeso e forte como o anterior, mas traria "Don't Fear (The Reaper)" uma das mais conhecidas e belissimas canções do grupo.
Destaque absoluto para: "Don't Fear(The Reaper)", "This ain't the summer of love", "E.T.I. (Extra Terrestrial Intelligence).

Os próximos álbuns trariam faixas excelentes, como "Godzilla", "The Virgil" e "I am the storm", no entanto, não seriam álbuns clássicos como os anteriores.
Até 1980. Ano de lançamento de "CultÖSaurus Erectus", talvez um dos discos mais "heavy 'n roll" da história e um dos lançamentos mais coesos da banda.
O álbum como um todo é excelente, e considero um dos melhores da banda, senão o melhor.
Embora seja uma tarefa difícil, e injusta, destaco as seguintes faixas:
"Black Blade", "Monsters", "Divine Wind", "The Marshall Plann" e "Fallen Angell".

Logo no ano seguinte vem "F.O.U.O." ou melhor, "Fire of Unknown Origin". Talvez o disco comercialmente mais bem sucedido do grupo.
Sendo de uma época em que as poucas bandas que faziam rock de qualidade eram oriundas da europa, principalmente Inglaterra, esse disco, assim como o "Cultösaurus Erectus", nós trás canções perfeitas, tanto lirica quanto instrumentalmente. Amantes de rock, de metal, de música eletrônica, de pop e de hard rock podem ouvir tranquilo, é um disco diversificado, entretando complexo em sua simplicidade. Entenderam? Não? Só ouvindo.
Destaque absoluto para o maior sucesso da carreira da banda "Burning for You". Coverizada alguns anos depois pelo Iced Earth, junto de "Cities on flames with rock and roll" do primeiro disco. Outros destaques: "Fire of unknown Origin", "Veteran of the Psychic wars" (feita para o filme das Hq's "Heavy metal"), "Sole Survivor", "Heavy Metal: The Black and Silver", "After Dark" e "Joan Crowford".

Depois disso a banda lançaria alguns discos menos relevantes, até sair "Imaginos" em 1988, uma obra que era para ter saído como disco solo do baterista. Entretanto a gravadora achou melhor manter o nome "Blue Öyster Cult", sendo que os músicos da banda participavam do projeto.
O disco mudou trouxe aquela sonoridade obscura que a banda possuia durante os primeiros discos, porém explorando muito pianos e sintetizadores. Vale lembrar que apesar de ter sintetizadores no álbum, os mesmos foram bem explorados, não tornaram as músicas comerciais e enjoativas como a maioria das bandas da década de oitenta que utilizaram-se do mesmo artificio (vide Yes, Genesis, até Rush em algumas faixas dos anos 80).
Destaque para a releitura de "Astronomy", "I Am the One You Warned Me Of", "In the Presence of Another World", "The Siege and Investiture of Baron von Frankenstein's Castle at Weisseria" (ETAAA NOMINHO!) e "Del Rio's Song". A sonoridade mais pesada (mais próxima ao heavy metal, em algumas faixas) e obscura, junto com a originalidade do disco, torna esse um dos melhores lançamentos da banda. Entretanto após esse disco, a banda entraria em um limbo de dez anos sem gravar nada. A espera é justificada, em 1998 sai o pesadissimo, Heaven Forbid, mesclando Blues, Metal e Rock ' n roll/progressivo. Depois disso somente o "Curse of the Hidden Mirror" de 2001, que confesso triste que não ouvi ainda, e alguns lançamentos de coletâneas e discos ao vivo. A banda ainda está na ativa e fazendo shows. Espero que venham para o Brasil, algum dia, é uma banda que pagaria até 500 reais (se eu conseguisse juntar tudo isso) para assistir.

Bom, é isso gente. Uma banda maravilhosa, porém subestimada. Infelizmente.
Até o próximo post gente. Um abraço.

Ouvindo:

Blue Öyster Cult - See you in Black

O retorno do rei - Não, não é senhor dos Anéis

Apenas lembrei que eu tenho esse blog. A mais de um ano sem nenhuma postagem resolvi voltar meus amigos. Sei que provavelmente ninguém, ou na melhor das hipóteses quase ninguém, deve saber da existência desse blog, entretanto, cá estou eu!

Esse post é apenas para retomar de onde parei.
Deixarei o assunto para o próximo... a seguir!