quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Limbo Musical: Bandas esquecidas pela posteridade

Começo hoje minha coluna especial: Limbo musical.
Nessa coluna vou relatar diversos discos e bandas, clássicas ou nem tanto, que foram de alguma maneira esquecidas pelas gerações seguintes, ou até mesmo subestimadas por suas próprias gerações.

Para começar vou citar a grandiosa banda Blue Öyster Cult.

Fundada nos Estados Unidos da América no fim dos anos 60, o BÖC, por alguma razão obscura, nunca foi uma banda muito lembrada, apesar de algumas de suas canções serem consideradas grandes clássicos do rock. Talvez o azar do BÖC tenha sido dividir espaço com outros grandes nomes, como Black Sabbath, Grand Funk Railroad, Led Zeppelin, Rush (não esquecida, mas odiada pela crítica), ZZ Top (Mais lembrados pelas barbas do que pela música, infelizmente), Queen, Deep Purple, entre outros. Sem dúvida o BÖC se destacava, pois além de em cada música e em cada álbum ter uma sonoridade diferente, sem soarem presunçosos ou artificiais, também compunham letras dos mais variados temas, desde a literatura do horror de nomes como H.P. Lovecraft, Edgar Allan Poe e Stephen King, até situações cotidianas e ciências ocultas.
Podemos destacar algumas músicas ou álbuns, entretanto seria mais fácil alguém fazer uma breve pesquisa e ouvir algumas faixas de alguns discos, pois gosto musical é muito subjetivo e algo que agrada meu "paladar" musical pode não agradar o de outro.
Comercialmente a banda implacou poucos sucessos.
Podemos citar: "Don't Fear (The Reaper)" do disco "Agents of Fortune" de 1976. Uma música lindissima com riffs maravilhosos, apesar de ser uma "balada", que contrasta com um solo arrepiante. Outro sucesso, talvez o maior, foi a música "Burning for You" do disco "Fire of Unknow Origin" de 1981. Um hard rock com guitarras "dobradas", mas com uma levada quase pop, no bom sentido da coisa.
Quanto aos clássicos poderia ficar uma semana comentando. Mas vou me ater a cinco discos que considero os mais essenciais e definitivos da banda.

1974 - Secret Teatries
Disco mais do que clássico. Não desprezando os anteriores, "Blue öyster Cult" de 1972 (que tem músicas maravilhosas como "Cities on Flame with rock and roll", "Stairway to the stars" e "Transmaniacon MC") e "Tyranny and Mutation" de 1973 (Que conta com pérolas como "Hot Rails To Hel" e "The Red & The Black"), que são ótimos, entretanto ainda muito presos ao rock setentista genérico (ou seja, MUITA influência de Led, Purple, Sabbath e outros trunfos britânicos). No "Secret Treaties" a banda cria uma identidade pessoal. Não há uma música que possa ser descartada ou dita, "a menos boa". Talvez as menos poderosas sejam "Flaming Telepaths" ou "Subhuman", porém, ainda são grandes músicas. Mas vale destacar duas faixas como as supremas. "Dominance and Submission", um dos riffs mais selvagens do rock and roll, uma tremenda música para execução ao vivo, e a quase progressiva, "Astronomy", já coverizada pelo Metallica. Essa última tem um clima épico, que lembra Pink Floyd, mas ao mesmo tempo consegue ser energética como Deep Purple, mas lógico, com a cara do Blue öyster Cult.

O álbum seguinte, "Agents of Fortune", de 1976, é um ótimo disco também. Na minha opinião menos coeso e forte como o anterior, mas traria "Don't Fear (The Reaper)" uma das mais conhecidas e belissimas canções do grupo.
Destaque absoluto para: "Don't Fear(The Reaper)", "This ain't the summer of love", "E.T.I. (Extra Terrestrial Intelligence).

Os próximos álbuns trariam faixas excelentes, como "Godzilla", "The Virgil" e "I am the storm", no entanto, não seriam álbuns clássicos como os anteriores.
Até 1980. Ano de lançamento de "CultÖSaurus Erectus", talvez um dos discos mais "heavy 'n roll" da história e um dos lançamentos mais coesos da banda.
O álbum como um todo é excelente, e considero um dos melhores da banda, senão o melhor.
Embora seja uma tarefa difícil, e injusta, destaco as seguintes faixas:
"Black Blade", "Monsters", "Divine Wind", "The Marshall Plann" e "Fallen Angell".

Logo no ano seguinte vem "F.O.U.O." ou melhor, "Fire of Unknown Origin". Talvez o disco comercialmente mais bem sucedido do grupo.
Sendo de uma época em que as poucas bandas que faziam rock de qualidade eram oriundas da europa, principalmente Inglaterra, esse disco, assim como o "Cultösaurus Erectus", nós trás canções perfeitas, tanto lirica quanto instrumentalmente. Amantes de rock, de metal, de música eletrônica, de pop e de hard rock podem ouvir tranquilo, é um disco diversificado, entretando complexo em sua simplicidade. Entenderam? Não? Só ouvindo.
Destaque absoluto para o maior sucesso da carreira da banda "Burning for You". Coverizada alguns anos depois pelo Iced Earth, junto de "Cities on flames with rock and roll" do primeiro disco. Outros destaques: "Fire of unknown Origin", "Veteran of the Psychic wars" (feita para o filme das Hq's "Heavy metal"), "Sole Survivor", "Heavy Metal: The Black and Silver", "After Dark" e "Joan Crowford".

Depois disso a banda lançaria alguns discos menos relevantes, até sair "Imaginos" em 1988, uma obra que era para ter saído como disco solo do baterista. Entretanto a gravadora achou melhor manter o nome "Blue Öyster Cult", sendo que os músicos da banda participavam do projeto.
O disco mudou trouxe aquela sonoridade obscura que a banda possuia durante os primeiros discos, porém explorando muito pianos e sintetizadores. Vale lembrar que apesar de ter sintetizadores no álbum, os mesmos foram bem explorados, não tornaram as músicas comerciais e enjoativas como a maioria das bandas da década de oitenta que utilizaram-se do mesmo artificio (vide Yes, Genesis, até Rush em algumas faixas dos anos 80).
Destaque para a releitura de "Astronomy", "I Am the One You Warned Me Of", "In the Presence of Another World", "The Siege and Investiture of Baron von Frankenstein's Castle at Weisseria" (ETAAA NOMINHO!) e "Del Rio's Song". A sonoridade mais pesada (mais próxima ao heavy metal, em algumas faixas) e obscura, junto com a originalidade do disco, torna esse um dos melhores lançamentos da banda. Entretanto após esse disco, a banda entraria em um limbo de dez anos sem gravar nada. A espera é justificada, em 1998 sai o pesadissimo, Heaven Forbid, mesclando Blues, Metal e Rock ' n roll/progressivo. Depois disso somente o "Curse of the Hidden Mirror" de 2001, que confesso triste que não ouvi ainda, e alguns lançamentos de coletâneas e discos ao vivo. A banda ainda está na ativa e fazendo shows. Espero que venham para o Brasil, algum dia, é uma banda que pagaria até 500 reais (se eu conseguisse juntar tudo isso) para assistir.

Bom, é isso gente. Uma banda maravilhosa, porém subestimada. Infelizmente.
Até o próximo post gente. Um abraço.

Ouvindo:

Blue Öyster Cult - See you in Black

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