sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Os 10 discos mais injustiçados do Rock e do Metal

Os 10 discos mais injustiçados do rock e do metal: Ao menos os que considero mais injustiçados.

Olá meus amigos. Listas de discos mais populares, importantes ou "melhores" são muito comuns. Agora, listas dos discos mais injustiçados, nem tanto. Claro, se procurar no google você acha diversas resenhas e análises desses discos. O que vou fazer aqui é o seguinte, colocar 10 dos discos que considero realmente injustiçados e explicar o porque acredito nisso. Simples, não? Não. Na verdade pensei um pouquinho, deixei alguns de fora e me concentrei naqueles discos que enxergo coisas que a maioria não enxerga. Ou aliás, ouço coisas que a maioria não ouve. Rosh. E por falar nisso, qualidade musical não é subjetiva, ou poderíamos dizer que Funk carioca tem qualidade musical. O que tem, só que não. Rosh. Qualidade musical é um fato, agora, o seu conceito de qualidade musical pode ser subjetivo. Afinal, o que é qualidade musical? Para mim qualidade musical é fugir de um padrão, abster-se de fórmulas mágicas do sucesso e arriscar. Isso é o que estes álbuns que irei citar contém. Fugiram daquele velho padrão. Não que o que tenha sido lançado antes fosse ruim... Não. Pelo contrário. Mas após uma sucessão de clássicos fica difícil manter um padrão sólido e interessante. Poucas bandas conseguem faze-lo. As que não conseguem e tentam mudar, muitas vezes acabam sendo injustiçadas por críticos, pelos fãs, e em algumas raras ocasiões, por elas mesmas.
Vamos parar de lenga lenga e vamos ao top 10 discos injustiçados!



10 - Metallica - And Justice For All (1988)

Em 1986 o Metallica estava no topo do mundo. Era considerada a melhor banda de metal. Shows lotados, vendas em alta. Tudo perfeito. A musicalidade? Porrada na orelha, mas sem esquecer da qualidade instrumental, da melodia. Master of Puppets acabou se tornando um dos maiores clássicos do metal. Até o fatídico dia em que Cliff Burton (baixista) morreu em um acidente de ônibus. Lamentável. Bom, então chamaram Jason Newsted, baixista da banda Flootsam & Jetsam (ótima banda de speed/thrash). Entraram em estúdio e gravaram o disco "And Justice for all". Considero esse o trabalho mais maduro e sólido da banda. Vemos músicas rápidas e thrash's como Dyer's Eve e Blackened. Épicos quase progressivos, como a faixa-título, One e To Live is to Die (melódia composta por Burton e terminada por James & cia em sua homenagem). Outras canções maravilhosas como as pesadas, porém mais compassadas, The Shortest Straw, Harvester of sorrow, The Fraeyd ends of sanity e Eye of the Beholder, completam as nove faixas desse maravilhoso disco. Acontece que a morte de Cliff Burton, aliado ao primeiro vídeo-clip do metallica (One), geraram desconfianças e protestos dos ditos fãs. Começaram os primeiros murmurinhos de que a banda havia se vendido para a MTV... Olha, o disco é realmente menos pesado que os três primeiros. Mas é de longe o mais complexo. Não é fácil escutar se você é uma pessoa que não está acostumada a sonoridades mais ambiciosas. Agora muitos irão falar: Mas os Loads são mais injustiçados.
Realmente, concordo. Mas o caso dos discos Load e Reload é mais peculiar, e até mesmo complexo. A mudança de sonoridade do Master para o And Justice não foi tão grande, quanto do And Justice para o Black Album ou para os Loads. Além do que, não adianta discutir esses discos aqui. Muita gente é ignorante o suficiente para dizer: Metallica depois do Master/And Justice/Black album morreu. Enfim... And Justice For All, o melhor disco do Metallica, considerado por muitos como o começo do fim. Só que não (Para mim). Rosh.


9 - Black Sabbath - Born Again  (1983)


Em 1983 o Black Sabbath lançou o álbum ao vivo "Live Evil". Ainda contava com Ronnie James Dio nos vocais. Porém, ainda no mesmo ano, Dio saiu para seguir uma brilhante carreira solo. E agora José? Ou melhor, e agora Iommi? Chamar o Ozzy de volta? Nem a pau juvenal, ou melhor, nem a pau Buttler. Vamos de Ian Gillan. Isso. Em 1983 o Deep Purple lançou o Perfect Strangers. Disco superestimado. Sim, é ótimo, mas o povo tem mania de dizer que é melhor do que realmente é. É bom, mas não é o melhor. Enfim. Paralelamente ao Purple, Gillan foi convidado a cantar no próximo disco do sabbath. Em agosto de 1983 sai o Born Again. Na minha humilde opinião? Um dos melhores discos do sabbath e um dos melhores discos de metal tradicional. Pesado e sombrio. Nada parecido com os últimos discos. A voz do Gillan é um destaque em particular. Muito cruel. Vemos em clássicos como Zero To Hero, Digital Bitch, Thrashed e Disturbing the Priest. Outras como Keep it warm e a faixa título mostram um lado bem sombrio e épico da banda. Uma decepção que esse disco não tenha sido tão aclamado quanto outros da carreira da banda.

8 - Deep Purple - Who do We Think We Are? (1973)

E por falar em Gillan, que tal falarmos um pouco mais do Deep Purple. Enquanto o Perfect Strangers é superestimado, discos como Come taste the band, Deep Purple e principalmente Who do we think we are são subestimados. Esse disco em questão é o último lançamento da formação mais clássica do Deep Purple, a MKII (Gillan, Blackmore, Glover, Lord e Paice). Lançado em 1973 conta com diversos clássicos do grupo. Do blues melancólico de Place in Line até a roqueira e descontraída Woman From Tokyo é um álbum recheado de clássicos. Mary Long, Rat Bat Blue e Smooth Dancer constam entre as canções mais significantes do Purple. Sem esquecer de Super Trouper e da faixa de encerramento, Our Lady (que viaja em excursões a lá Uriah Heep, sem sair do estilo do próprio Deep Purple). Outro disco fantástico que foi renegado a um segundo plano.

7 - Iron maiden - The X Factor (1995)

Muita gente vai achar que eu fiquei maluco daqui pra frente. Mas lembrem-se, são discos injustiçados. A maioria das pessoas não percebe o brilhantismo contido neles. Esse disco do maiden pode não ser o melhor trabalho do grupo inglês. Na minha opinião, humilde e nada contida, os melhores discos da donzela são somewhere in time e seventh son of a seventh son, ainda com o Bruce Dickinon nos vocais. O problema do X Factor, para muitos é justamente esse. Não é um disco com o Bruce. No seu lugar temos o subestimado Blaze Bayley. Por um lado os fãs, os bitolados, odiaram o Blaze, por outro odiaram o disco também. Rosh. O que é uma infâmia  visto que foi o disco que também rompeu alguns padrões. O som está sombrio, mais melancólico. Esta certo que há algumas músicas repetitivas, mas o maiden sempre teve esse padrão. As tão famigeradas "introduções de baixo" do Boss Steve Harris começam a tomar destaque, principalmente na furiosa, ao menos em termos de letra, Blood on the worlds hand. O refrão pulsante (assim como o baixo) de Judgment of Heaven, contrasta com a letra de questionamento filosófico e espiritual. As mais "maidenianas" são as aclamadas Man on the Edge (talvez uma das melhores composições da banda, na minha opinião), Sign of the Cross (outra das mais interessantes musicas do grupo) e Lord of the flies. O ponto fraco do disco? A canção 2.A.M. Ela é mais do mesmo, não é ruim, mas diferente das outras músicas do cd que apresentam alguma substância para que se auto-afirmem, ela não faz isso. É uma musiquinha bem sem graça. De resto, é um disco que recomendo para ouvirem sem preconceitos, tentando entender a proposta da banda naquele momento. Agora, se são do tipo que gosta de ir no rodizio de churrasco e comer arroz com feijão, batata frita e bife, boa sorte e procurem um disco mais tradicional.

6 - Bruce Dickinson - Skunkworks (1996)

Podemos dizer que esse disco é a ovelha negra da carreira do Bruce. Depois de um disco de hard rock (Tattoed Millionaire) e de um disco de metal bem melódico (não é metal melódico, é metal bem melódico, é diferente) com a Band of Gypsies (Balls to Picasso), Bruce resolve montar uma banda chamada Skunkworks. A gravadora não aceitou e obrigou que fosse lançado sob o nome do cantor. O disco ganhou esse nome, mas a banda era Bruce Dickinson. Enfim. Ovelha negra? Mas por que Don Vacorleone? Ah meu jovem. Isso se deve ao fato de que o disco era MUITO diferente dos dois álbuns anteriores e de qualquer coisa que o Mr.Air Raid Siren tenha feito tanto no Maiden quanto no Samsom. Pra começar é um disco de metal, mas podemos ver influências de grunge e outros estilos, transformando-o em um disco de metal alternativo. Mas nem tanto. A essência ainda está lá. Riffs pesados, melódia e uma qualidade instrumental e lírica maravilhosa. Músicas como a Meltdown tem uma pegada mais direta, com algumas passagens mais lentas e outras mais pesadas. Solar Confinament e innerspace poderiam constar em qualquer disco do Bruce (ou até em alguns discos mais recentes do Iron Maiden). Na verdade não entendo bem o porque a galera não curte esse disco. Só tem músicas interessantes. A sonoridade é diferente do que ele já havia feito? Sim, até que é bastante diversificada. Mas é um disco coeso e de qualidade. Acho ele melhor que o último solo do Bruce, o Tyranny of Souls. Aquele é um disco chato, que é o disco mais "metal" do Bruce.

5 - Opeth - Heritage (2011)

É o disco mais recente da lista e um dos que mais gostei. Quem conhece o Opeth sabe de suas origens. Uma banda de Death Metal oriunda da Suécia, mas que nunca se contentou em ser "apenas Death Metal". Sua sonoridade, desde os primórdios do grupo em meados da década de noventa, sempre englobou outros elementos. Do Folk ao rock progressivo, fazendo o Opeth ser uma banda única em um oceano de bandas tão parecidas. O fato é que a base da banda sempre foram blast beats, riffs furiosos, vocais guturais, ou seja, Death metal. Os outros elementos eram apenas isso, elementos, influências. Mas a partir de 2002 com o lançamento dos discos Damnation e Deliverance, a banda começou a mudar. Deliverance era uma carga bruta de riffs e agressividade. Damnation por sua vez, um disco mais harmonioso, mais compassado e semi-acústico, com muitos vocais limpos e melodias maravilhosas. Isso indicaria algumas propostas futuras da banda. Os álbuns seguintes continuaram com transformações musicais, mas nada que descaracterizasse o som da banda. Até 2011 quando saiu Heritage. O Disco é uma pura homenagem as bandas de rock progressivo da década de setenta. Desde a capa, passando pelas letras até o som. E a maioria (esmagadora) de fãs do Opeth torceu o nariz e ainda disse que era um disco totalmente descartável. Ora. Se não for um dos melhores discos do Opeth eu corto o saco...de quem está lendo isso. Rosh. Ainda admiro muito o trabalho anterior da banda, porém Heritage foi um passo em outra direção. The Devil's Orchard, Slither (homenagem a Ronnie James Dio), Nephente, Folklore, entre outras canções mostram um Opeth maduro e progressivo (mais do que complexo e técnico, aprenderam a real essência da música progressiva). É um disco que recomendo mais aos fãs de música do que aos fãs de metal. Opeth, inclusive, é o tipo de banda que atrai mais fãs de música do que headbangers.

4 - Judas Priest - Nostradamus (2008)

Pessoal torce o nariz pro Ripper, mas o Jugulator e o Demolition (1997 e 2001) são dois dos melhores discos de metal de sua era. Mas são discos de METAL, assim como o próprio Angel of Retribution (2005), primeiro disco com o Halford desde Painkiller (1990). Depois disso veio o disco em questão, Nostradamus (em 2008). Um álbum conceitual que muita gente disse ser "chato" ou "ruim". Eu discordo sumariamente. E ainda digo mais, Nostradamus é a melhor coisa que o Judas Priest lançou desde o Painkiller e talvez o disco mais... Não o melhor, mas...o mais... interessante deles. A vida de Nostradamus é contada em 23 canções de um disco duplo. Musicalmente falando é maravilhoso. Canções bem heavy metal como Nostradamus, Death, Prophecy e Persecution se contrapõem com emocionantes peças como Exiled (minha favorita do disco, muito tocante), Lost Love e Future of Mankind. A complexidade do trabalho é intercalada com vinhetas e passagens instrumentais. O cuidado com a produção e sonoridade do disco é fantástica. Não se trata de um disco de heavy metal, mas sim um disco de música muito bom. Talvez isso assuste os puristas. Esses puristas do metal tem muito medo de coisas diferentes. E o interessante é que são pessoas que parecem desconhecer a própria história do metal e do rock. São estilos que surgiram com o intuito de propagar a liberdade artística, romper barreiras. Mas dentre os fãs da música os headbangers são os mais conservadores e reacionários. E isso é triste!

3 - Helloween - Chameleon (1993)
 
Nossa, o bicho pega agora. Helloween foi uma das bandas responsáveis pela criação e popularização do Power Metal (ou metal melódico). Surgidos no incio dos anos oitenta na Alemanha, eram uma banda rápida e pesada, quase thrash metal, mas davam mais importância a uma bela melódia nas guitarras do que a riffs furiosos. Na minha opinião, e por mais que muitos me alfinetem e tentem descer a lenha em mim, é essa a diferença básica entre Power e Thrash metal (ao menos na década de oitenta). Enfim, Speed metal, Power Metal, sei lá. Helloween era isso, ao menos no Mini Lp (1984) e no primeiro disco, Walls of Jericho (1986). O vocal, guitarra e a liderança da banda estavam a cargo de Kai Hasen. O rapaz tinha uma voz meio esquista, mas era intensa e única. Suas composições também se destacavam e Walls se tornou um clássico. Mas ele estava cansado de acumular funções e convidou o jovem Michael Kiske para assumir os vocais. Lançaram então dois dos discos mais aclamados pelos fãs de Power Metal. Keeper of the Seven Keys I e II (1987 e 1988). Bem menos pesados que os dois primeiros, mas igualmente bons. Hasen acabou se desinteressando pela banda e fundou o Gamma Ray em 1989 (que foi uma excelente banda até meados da década de noventa, depois virou mais uma bandinha de power metal genérico). Michael Weikath, outro guitarrista da banda, acreditou que era a vez de tomar as rédeas  Porém Kiske foi mais ligeiro e derrubou toda sua influência de Hard rock e música pop, lançando o bom disco Pink Bubble Goes Ape em 1991. O disco não era ruim, mas era ainda menos pesado que os Keepers (embora eu o considere superior musicalmente). Estranhezas a parte, em 1993 sai o disco Chamelleon. Dessa vez a estranheza causada pelo grupo foi tanta que os fãs odiaram o disco. Disseram que aquilo não era metal (e nem era mesmo) e que a banda tinha acabado. Resultado: Demissão (ou não, vai saber, especulam tanto) do Kiske e Weikeath assumiu o comando. Melhorou? Nem melhorou, nem piorou. Andi Deris é um cara competente e gosto dos discos do Helloween com ele (ao menos os quatro primeiros, depois foi ficando meio monótono). Mas enfim. E o Chamelleon? Cara, um dos discos mais interessantes que já ouvi. Foge totalmente daquilo que você iria esperar do Helloween. Faixas como Giants, Revolution Now, I Believe e Music, são épicos muito bem estruturados. Crazy Cat, First Time, When The Sinner (uma das melhores da carreira da banda) e Step out Hell são músicas totalmente excelentes e agitadas, com influências de hard rock, heavy e até música lounge, que fica bem claro em Crazy cat, os metais (trompete, trombone, sax, etc) aparecem como uma constante em When the sinner. As baladas I don't wanna cry no more (uma das mais lindas músicas do Helloween) e Windmill são tocantes, sentimentais e a primeira remete, em certos momentos, ao Queen, em músicas como Spread Your Wings. Enfim, um disco que merecia muito mais. Mais um clássico que não recebeu a devida atenção por causa da incapacidade intelectual e sentimental de certas pessoas ignorantes.

2 - KISS - Music: From the Elder (1981)

Em 1979 o KISS flertou com a disco music no Dynasty. Alguns fãs não gostaram, mas tudo bem. Em 1980 saiu Unmasked. Na minha opinião é a pior merda que o KISS fez em quarenta anos de carreira. Eita disquinho RUIM! Mas em 1981 estavam dispostos a virar a mesa. Eric Carr havia entrado de vez para a banda e Ace Frehley estava meio descontente, mas ainda se mantinha como guitarrista solo. Chamaram o ex-Velvet Underground, Lou Reed. Um cara que tem mais altos e baixos que montanha russa (ehhh piada mais velha que cagar sentado), mas que em geral eram um bom compositor. A ideia era lançar um disco conceitual, que futuramente seria parte de uma série de discos e filmes . Foi um "fail" comercial, de crítica, público e até mesmo para a banda. Tanto que as músicas desse disco foram tocadas poucas vezes ao vivo. A única vez (depois de 1981) que sei que tocaram alguma música na integra foi "A World Without Heroes" (uma das mais belas e tocantes músicas do KISS) em seu acústico em 1995. Depois vi um vídeo deles tocando a introdução de "The Oath" e "I" em algum show recente. E diga-se de passagem, The Oath é uma das melhores músicas (e um dos riffs mais legais do KISS), "I" por sua vez é uma música, assim como Dark Light, que poderia estar em qualquer disco da década de setenta. O "Fail" do álbum tenha sido devido talvez a imagem que o KISS construiu para si. Uma banda festeira, sem compromisso, que só quer curtir, de repente chega a vida adulta e não sabe o que fazer. Acaba dando um passo maior que a perna e tropeça em si mesmo. É o Music From The Elder de 1981. O conceito não era lá essas coisas. Um garoto que é escolhido para lutar contra o mal. Blah Blah Blah. Meio história sem fim. Mas o destaque fica para o instrumental. Não chega a ser um Yes ou Rush. Mas é um pulo muito grande em relação aos simples acordes de Rock and roll all night (que fez o KISS ficar conhecido mundialmente). Outras canções de destaque ficam para a instrumental "Escape from the island", um heavy proto-thrash bem agitado, "Only you", "Just a boy" e "Under the Rose". Não entendo realmente o porque de tanto nariz torcido para esse disco. Principalmente por parte da banda. Paul e Gene, vocês dizem odiar esse disco, mas nos seus shows vocês veem a galera pedindo The Oath e outras. Pô! Desculpem, mas é um discão!


1 - Savatage - Poets and madman  (2001)

Não é só disco "Poets and madman" (2001) que é injustiçado. A banda Savatage como um todo é injustiçada. Talvez a banda mais injustiçada da história do rock e metal. A qualidade técnica, musical e lírica do grupo é tamanha que deveriam ter uma fama similar a do Queen ou de outras mega bandas de rock. Mas não. Foram renegados ao terceiro patamar de bandas. (Primeiro patamar: queen, beatles, stones, zeppelin, Metallica. Segundo: Rush, Jethro Tull, Uriah Heep Terceiro: Savatage, Virgin Steele, Tankard... E o quarto são bandas como a minha e a sua, rsss)Enfim, sem ficar fazendo mais comparações descabidas. O Savatage começou como uma banda de heavy metal em 1981, lançando sirens em 1983. Em 1987 saiu Hall of the Mountain King, talvez seu disco mais famoso, e mudou a sonoridade em 1989 com o Gutter Ballet. Ficou mais melódica, mais progressiva, mais interessante. Em 1993 morreu o guitarrista e co-fundador, Criss Oliva. Seu irmão também não cantava mais (só tocava teclado e era compositor do grupo, "só" rsss). Zak Stevens assumiu os vocais e ficou até 1999. Em 2001 Jon Oliva retomou os vocais e lançaram "Poets and madman". Um disco singular. Pesado, sombrio, obscuro, nervoso e ao mesmo tempo suave, melancólico, triste...com uma pitadinha de esperança pra não deixar ninguém com vontade de cortar os pulsos. Rosh. Em geral podemos dizer que é o disco mais pesado da banda desde o HOTMK (1987). E também o mais esquecido pelos fãs, que já são poucos. E quando esses fãs se encontram é uma discussão. Aparecem aqueles que gostam da fase mais "metal" da banda. Dizendo que o Sirens (1983) é melhor. Outros afirmam ser o Power of the Night (1985) ou o HOTMK(1987). Ai aparecem os fãs intermediários, aqueles que dizem: Gutter Ballet (1989), Streets (1991) ou Edge of Thorns (1993). E os que gostam da fase mais "prog" da banda. Afirmando que os melhores são Handful of Rain (1994), Dead Winter Dead (1995) ou Wake of Magellan (1997). Enfim. Não importa. Dificilmente você verá alguém defendendo o Poets and Madman (2001). Em geral é tão ignorado quanto o EP de 1984 (Dungeons are calling) ou o famigerado Fight for the Rock (1986). Mas vamos falar do disco. É conceitual. Aborda a história real do fotografo Kevin Carter, que se suicidou em 1994 após ganhar o prêmio Politzer (maior prêmio do jornalismo) ao tirar aquela famosa foto da criança africana prestes a ser devorada por um abutre. Junto com essa história real, temos também uma mistura com ficção. Alguns jovens invadem um manicômio desativado em busca de aventura. As duas histórias se unem e formam uma grande narrativa. E as músicas Don Vacorleone? Bom, temos a faixa de abertura: Stay With Me A While. Pesada e melancólica. A base de piano combina fortemente com a guitarra distorcida e bruta de Al Pitreli (Alice Cooper, Megadeth) e Chris Caffery. Depois vem Comissar. Ainda mais sombria, com um coro quase apocalíptico. There in The Silence é maligna. A introdução no sintetizador, misturada ao riff e a voz sinistra de Jon Oliva dão um toque meio "black sabbath" a canção. I seek Power é a mais "compassada" das faixas pesadas do disco. Pesada, mas sem muitas extravagancias. Drive é a faixa mais fraca. É rápida e pesada, mas não há muito destaque. Morphine Child é o épico mor do Savatage. Dez minutos de riffs maravilhosos, passagens excelentes. No final, um coro vocal dividido em seções. Algo que costumam chamar de contra-ponto, não sei se estou certo. Depois temos ainda The Rumor, Awaken, The Man in the mirror e Surrender. Cada uma com seu destaque particular. The Rumor é uma música que começa como balada e tem pequenas explosões durante sua execução. Surrender é uma das mais teatrais. O Final da canção é sensacional. Piano pulsante, mas sem perder o tom sómbrio. Para o encerramento do disco fica Back to A Reason. Uma das faixas mais marcantes e tocantes do Savatage. Uma falsa balada. Começa linda, no piano e voz. A tristeza invade a alma do ouvinte. Jon Oliva em grande forma. A música começa a crescer e se transforma em um rock mais pesado, aí vem o solo e logo em seguida a parte realmente "tapa na orelha" para poder dar um encerramento que faça jus ao poder do disco. Poets and madman. Outro disco que jamais será considerado um clássico pelo público em geral, justamente pelo savatage não ser uma banda popular. E talvez por isso o considere o disco mais injustiçado do rock e metal, pois até mesmo os ditos fãs de Savatage renegam esse disco ao esquecimento. Lamentável.


Isso aí gente. Até a próxima.
Um abraço do Don Vacorleone.

Fontes:
Eu, eu mesmo e Irene. Wikipédia, metal-archives e whiplash (rosh) também podem se considerar de ajuda em alguns poucos momentos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Filmes Cult: Mas que são bons

Filmes Cult: Mas que são bons

Videodrome: A Síndrome do Vídeo

Capa ... como diria um japonês, capa MATSUMOTO (Mais ou menos) do filme...

              Muita gente ao pensar em filmes cult logo imagina filmes do leste europeu, russos, do escambau. Cheio de diálogos truncados e intrigantes mas sem muita emoção. Filmes bem cerebrais. Para mim isso não é filme cult, mas sim uma bosta. Rosh. Desculpem o palavreado chulo. Mas enfim. Filme cult para mim é aquele filme que te faz pensar. Usando qualquer meio para o mesmo. Por isso encaixo Videodrome: A síndrome do Vídeo nesse contexto. 
Dá um beijinho querido... MMMMMUUUUACHH!
             Filme canadense de 1983, escrito e dirigido pelo aclamado diretor de ficção cientifica David Cronenberg. Entre seus trabalhos de destaque podemos citar: Scanners, Na Hora da Zona Morta (adaptação de uma história do Stephen King), A Mosca, Gêmeos - Morbida semelhança, Um Método perigoso e Cosmópolis. E agora, vamos falar do filme propriamente dito, Videodrome. 
              O Filme aborda basicamente dois assuntos que gosto muito. A Trama gira em torno do personagem Max Renn (James Woods), um produtor de um canal que passa muita pornografia  desde softcore até os mais chulos e bizarros filmes de sexo não convencional. Pensem em sadomasoquismo e coisas realmente medonhas. Rosh. Um dia Max Renn está trabalhando com seu ajudante, hacker e assistente Harlan (Peter Dvorsky). Eles captam um sinal de um vídeo misterioso. Uma mulher nua é torturada, agredida e espancada durante uma hora e tantos minutos. Acreditam que aquilo será um sucesso. Max fica interessado em saber a origem do vídeo. Recorre a sua amiga Masha (Lynne Gorman), uma russa que tem envolvimento com o mercado negro. Ela informa que aquilo se trata de um snuff movie (para quem não sabe, snuff movie é o nome que se dá para um filme que contem cenas de violência e morte reais. Muitos acreditam que esse tipo de filme não passa de lenda. Em outro post comentarei mais sobre o assunto), chamado videodrome e Max acaba se interessando. O rapaz acaba se envolvendo com uma jovem chamada Nick Brand (Debbie Harry) que particularmente aparenta adorar esse tal videodrome. Depois de um tempo a guria some. Ele vai atrás de Brian O'Blivion (Jack Creley), que aparentemente tem ligações com o filme. Descobre que o senhor O'Blivion, que só aparecia através de uma televisão, na verdade está morto. A filha do próprio revela isso. Junto com tudo isso Max começa a sofrer alucinações e perder a percepção de realidade. O filme começa a confundir a nossa cabeça. Até certo momento você jura que sabe diferenciar até onde vai a realidade e a alucinação na cabeça de Max Renn. Só que não. A partir de determinado momento no filme, que varia de pessoa para pessoa, você já não tem mais controle disso e tudo se mistura. 
VHS NA BARRIGA! OUCH! 


Um abraço do Don Vacorleone. Deixe o Cannoli e leve a arma. Ou seria o contrário. Rosh.