quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cursus de sapientia philosophiae buteco: Gente que gosta de escrever babaquices

Adoro essa galera que adora escrever babaquices na internet. Sem eles eu não teria muitas opções de diversão em meus momentos vagos. Vamos lá, vamos falar sobre essa gente!


Olá meus caros. Faz tempo que não escrevo umas reclamações aqui. Então vamos nessa.
No dia de hoje vamos dar uma olhada em um problema grave da sociedade contemporânea.
Uma disfunção cerebral muito particular que gosto de chamar de Abistracionismo não solicitado e expelimento de merdas digitais... Ou como irei mencionar a partir de agora pela sigla A.N.S.E.E.D.M.D.

Esse é um neologismo criado por mim nesse momento para definir um fenômeno socio-cultural muito comum nos meios digitais como facebook, orkut (ainda existe), twitter, msn, blogs, etc...etc... diversas redes sociais.
O que consiste essa ... "doença"? Basicamente alguém com sérios problemas mentais (prefiro acreditar nisso) redige comentários, artigos, pensamentos, ou qualquer outra coisa que possa ser digitada em forma de texto, de conteúdo altamente rídiculo. Seja de forma abstrata, poética, porém vazia, seja de forma erudita, porém igualmente vazia. Esse tipo de situação pode ser diretamente relacionada com os "pseudismos" que citei alguns meses atrás, neste mesmo dignissimo blog. Geralmente tais seres tem a pretensão de argumentar, mesmo sem ter argumentos plausíveis, sobre algum assunto, profetizar, mostrar suas idéias relativamente superficiais ou somente mesmo ..."causar".

E o por que de tudo isso? Creio eu apenas por pura babaquice. Tem gente que não tem nada melhor pra fazer, não é verdade? Agora vejamos. Existe no facebook uma legião de praticantes dessa estúpidez. Seja colocando frases bonitinhas que elas mesmas não entendem o significado, seja tentando inventar frases mirabolantes que não possuem sentido algum, seja tentando provar algum ponto sem cabimento e nunca utilizando argumentos plausíveis. E por argumento plausível falo de dois tipos. Aquele lógico, que pode ser contestado utilizando-se da lógica ou de alguma área aplicada da filosofia, ou então argumentos técnicos-científicos, que somente podem ser contestados mediante prova irrefutável. Logicamente nem mesmo a ciência é irrefútavel, porém é muito mais plausível você argumentar através da razão comprovada até o momento do que em falácias que voam pelo ar.

E por falar em falácias, parece que é uma grande mania do povo utilizar desse estratagema tão pobre para poder "ganhar uma discussão". Mas aí não é uma vitória honrada, mas sim uma vitória "no grito". E outra, nem vitória seria, pois discussão de facebook? Discussão de msn? Debate de blog? Que raios é isso!? Estamos nas cyber-olímpiadas? Categoria: Discussão abstrata sobre argumentação pobre de 500 metros razos? Ora bolas, carambolas nas minhas bolas. Isso não tem sentido algum.

Bom... Agora muitos podem se perguntar: Eiiii , esse texto também é uma idiotice, quem é idiota o suficiente para se preocupar com isso?

Bom² meus amigos. A diferença básica entre o meu artigo e toda essa babaquice que acontece na internet é que eu tenho um ponto e que esse ponto é baseado em algo plausível, que é uma argumentação apresentando fatos (que tenho certeza, muitos de vocês já viram por ai em alguma rede social) e mostrando a atual situação brasileira. Enquanto isso os que sofrem de A.N.S.E.E.D.M.D.tem a necessidade de mostrar sua (falta de) perspicácia de maneira aleatória e vazia.

Afinal de contas, o que quer dizer alguém que afirma que tudo é provado cientificamente, mas não mostra as fontes do que está falando ou as provas científicas. O que quer dizer alguém que cita frases de gente famosa sem ao menos entender o que quer dizer essa frase. O que alguém pretende em tentar argumentar sem entender o que significa a palavra ARGUMENTO!

Debate não é contradição, debate é uma discussão intelectual na qual se apresentam fatos científicos, argumentos e provas de modo ordenado para que se possa fazer um julgamento sóbrio e perspicaz.
E falando nisso, um videozinho sobre debates para vocês:

Monty Python - Clínica de argumentação

Limbo Musical: Rock progressivo - Capítulo VII

Capítulo VII: Considerações finais

Olá meus amigos. Esse é o último capítulo da saga progressiva. Já falamos da história, de algumas vertentes mais importantes, citei clássicos e falei do progressivo (e outros estilos ligados a ele) no mundo.
Agora vamos as considerações finais sobre o estilo.
O que é afinal de contas o rock progressivo...
Quando a gente fala sobre o assunto vem logo a cabeça algumas bandas como Pink Floyd ou Yes... Que particularmente são bandas bem distintas. E quando pensamos em Jethro Tull... King Crimson... Alan Parsons Project... Genesis... Museo Rosenbach... Premiata forneria marconi... Rush... Van der Graff generator... Marillion... IQ... Pendragon... Porcupine Tree... Spock's Beard... Dream Theater... Pain of Salvation... The Mars Volta... Opeth....
Enfim, cada banda tem seu próprio estilo, suas peculiaridades... Não se classificam facilmente dentro de um gênero apenas. E talvez isso que torne todas essas bandas, e muitas outras, conjuntos de rock progressivo. Além dos pontos comuns, como arranjos complexos, poliritmia, experimentações musicais, longas passagens instrumentais, letras elaboradas, improviso ao vivo, etc... Todas essas bandas tem o "elemento surpresa" em sua sonoridade. Às vezes vem um som que você espera, às vezes não!
Esse é o lance mais legal do rock progressivo, na humilde opínião de quem vos fala.
Bom, essas considerações finais são mais uma espécie de encerramento mesmo... Não quero me prolonguar muito, nem soar redundante. Então agradeço a todos os que se interessaram em dar uma conferida no meu humilde blog. Até mais ver e vamos continuar com outras seções do blog. Um Abraço!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Limbo Musical: Rock progressivo - Capítulo VI

Capítulo VI:  Vanguardismo, experimentalismo e outros ismos 



Olá meus caros amigos, estamos de volta com a saga progressiva. No sexto capítulo irei abordar um estilo que não é necessariamente rock, mas com certeza MUITO progressivo. A música de vanguarda. Ela surgiu por volta da segunda guerra mundial, visando romper qualquer tipo de regra ou barreira musical imposta, seja pelas regras musicais ou seja pelo "bom senso". Alguns compositores clássicos como Wagner e Debussy são considerados músicos de vanguarda, contudo não é somente a música clássica que adentra esse estilo. Aliás, muito diversificado e não linear, tanto que demandaria diversos posts para cobrir esse estilo, talvez uma saga tão grande quanto a nossa progressiva. Bom, o que nos interessa é falar um pouco de algumas bandas e artistas e conhecer o que é vangarda.
Do francês Avant Garde, um trocadilho com o batalhão que precede as tropas em uma batalha. Ser um vanguardista é estar a frente de seu tempo, assim como a vanguarda está a frente das tropas normais.
E a música vanguardista é assim, sempre rompendo barreiras. Desde o experimentalismo misturado ao rock e música clássica de Philiph Glass, passando pelo R.I.O. (Rock in opposition, estilo muito influênciado pelo jazz, cheio de improvisos)do Univers Zero e até o som... sem som de John Cage... famoso pela peça 4'33", na qual "toca" quatro minutos e trinta e três segundos de puro silêncio.
E o experimentalismo vanguardista é assim, não há regras.
Bom, não sou nenhum expert em música de vanguarda, conheço pouquissimo do estilo, mas considero um estilo de arte interessante. Justamente o mais legal é que esse gênero mostra toda a subjetividade do que é arte. Muitas pessoas irão considerar, por exemplo, a canção "4'33"" de John Cage uma perda total de seu tempo, um insulto a sua inteligência, uma afronta ao bom gosto musical, simplesmente pelo fato de não haver notas. Outros dirão que nem música é. Outros acharão bobo. Outros irão perceber uma sutilidade e uma leve crítica as canções extremamtente virtuosas e pomposas que abusam das técnicas e respeitam todas as regras musicais. Haverá ainda aqueles que vão dizer que é uma obra genial, das mais controversas, algo digno de um brilhante e genial artista. Enfim... Esse é o barato do vanguardismo, não ser NADA previsivel, totalmente fora dos padrões. Chega de papo. Irei recomendar alguns artistas e algumas obras interessantes.

Avant-Gard (em geral) : 


Philip Glass

 
Um dos músicos mais influentes e experimentais do século XX, Glass criou também várias trilhas sonoras para filmes, alguns mais famosos como "O Show de Truman - O show da vida" e "O Ilusionista" ou alguns mais obscuros, como "Mishima" e a trilogia "Qatsi". Compôs a trilha sonora para "Kundum", filme sobre o Dalai Lama. Não irei indicar nenhum disco dele, pois não conheço nenhum a fundo. O que mais ouvi dele foram algumas músicas como "Metamorphosis One" e "Changing Opnion"  e suas trilhas sonoras.

John Cage

Como já foi mencionado, ficou famoso por "ousar demais" e gravar (e apresentar) uma canção sem nenhum instrumento, nenhuma nota, nenhum... SOM! É...esse é o cara do vanguardismo. Mais experimental que isso... Não têm. Somente se existisse uma versão de 23 minutos da canção "4'33"".  Também não manjo muito dos discos dele, mas considerando sua fama, creio que ele não tenha uma discografia muito... convencional.

Arnold Schönberg

Fundador do dodecafonismo (não saberei explicar direito o que é dodecafonismo, então vai um "linkezinho esperto" da wikipédia pra esclarecer qualquer dúvida: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dodecafonismo ). Algumas de suas principais obras são: Kammersymphonie No. 1 em Mi maior op. 9, Verklärte Nacht p/ sexteto de cordas Op. 4, Um Sobrevivente de Varsóvia p/ orquestra narrador e coro masculino Op. 46 e Concerto para Piano Op. 42. Seu estilo é muito semelhante ao que vemos em algumas partes orquestradas de canções de bandas de progressivo. A Kammersymphonie por exemplo me lembra muitas partes orquestradas do disco "Atom heart mother" do Pink Floyd (ou esse disco do Pink Floyd remetem a Arnold Schönberg...ehhehe).

Agora vamos falar da versão rock do vanguardismo:

R.I.O. (Rock in opposition):

* R.I.O.
(rock em oposição = Tradução literal) é um estilo mais próximo ao rock progressivo, muito influênciado pelo jazz e melhor compreendido ao vivo, justamente por causa dos improvisos. A oposição vem pelo fato de haver elementos muitas vezes que diferem demais do rock normal. Poliritmia, tons dessonantes e elementos de estrutura musical incoerentes e algumas vezes aleatórios fazem parte do R.I.O. Apesar de nunca ter sido realmente um estilo musical o R.I.O. sofre do mesmo mal que o grunge. Mesmo as bandas sendo muitas vezes musicalmente diferentes entre si, acabaram sendo comparadas por rupturas musicais semelhantes e por muitas vezes terem as mesmas posturas em relação a experimentalismo. Podemos até dizer que R.I.O. é uma versão mais rock do vanguardismo... salvo as proporções)

Univers Zero

Fantástica banda belga de rock progressivo. Talvez uma das mais inusitadas e peculiares. O Som é obscuro, denso e realmente ...perturbador algumas vezes, como a canção "Central Belgium in the dark". Até algumas canções (como a citada) dificilmente podem ser classificadas como rock à primeira vista. Entretanto Univers Zero mostra muita influência de jazz e rock and roll em outras composições como "Chaos hermetique" ou "Jack the Ripper". Mas é lógico, para os desavisados e para quem não está acostumado com a sonoridade "perturbadora" do Univers Zero... Eles tem sonoridade MUITO dissonante.... MUITO estranha. Muitas vezes você até irá imaginar que eles não sabem o que estão fazendo...mas acredite. Eles sabem!  Recomendo os discos "Heresie", "Univers Zero(1313)" , "Ceux Du Dehors" e "Clivages".

Henry Cow


 Não digo que foi fundador do estilo, mas com certeza foi um dos mais influentes precursores e um dos mais interessantes grupos de R.I.O. . Sua sonoridade peculiar trouxe muita influência pro estilo. Dos discos que conheço (só conheço um mesmo) recomendo o primeirão, aquele da meia, Legend.


Stormy Six

Banda italiana do gênero. Para mim um achado e também uma banda muito obscura. Fui encontrar mais informações no site (ótimo site, diga-se de passagem) progarchives. Ouvi algumas canções do disco L'Apprendista e do álbum Un biglietto del tram. Apesar de ser R.I.O. eles remetem muito ao sinfônico italiano e um pouco ao folk também, ao menos pelo que pude constar em algumas canções que ouvi. Não tenho muito pra falar além disso. Mas recomendo.


Outros gêneros:
Temos o krautrock e a cena de cantebury. Já mencionei um pouco de ambos. Exemplos principais dos dois estilos são respectivamente Tangerine Dream e Caravan. Não há muito mais o que possa ser comentado. Aliás, esses dois estilos estão muito mais para um rock progressivo tradicional, nem sei porque raios deixei aqui.