terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Limbo Musical: Triumph


Triumph - Aquele trio canadense que não é o Rush
Emerson, Lake an... Quer dizer, Moore, Emmett e Lavine

Rik Emmett e sua guitarra gêmea

                      Olá amigos e amigas e todo mundo... Don Vacorleone está de volta e trazendo para vocês mais um pouquinho de música. E dessa vez rock. E não é qualquer rock, é rock and roll de qualidade, Canadense e não é o Rush. Sim, não é o Rush! Rosh. Rush ou Rosh (pra quem não sabe Rosh é uma risada de pigarro e Rush é o trio canadense de rock mais famoso do mundo, ah sim, vocês devem saber, rosh... ou rush?). Deixando de lado as piadas idiotas e sem graça, tão costumeiras aqui,  e vamos ao que interessa. Esse grupo, que coincidentemente também é um power trio (grupos de três integrantes, geralmente guitarra, contrabaixo e bateria, mas podendo ter variações, que fazem rock, se não for rock não pode ser considerado "power" trio, apenas um trio) oriundo do Canadá, da cidade de Mississauga (vish) da província de Ontário (acho que quem jogava war deve lembrar desse nome) é o Triumph. A banda surgiu em meados dos anos 70. Por ser um power trio, por ser canadense, por terem surgido no momento em que o Rush estava alcançando sucesso mundial e principalmente por um de seus vocalistas (o guitarrista Rik Emmett) ter um timbre de voz extremamente parecido com o de Geddy Lee (Vocal, baixista e tecladista do Rush), as comparações foram inevitáveis. Muitos afirmaram que o Triumph era uma cópia descarada do Rush e isso, meus amigos, não poderia passar mais longe da verdade. O fato é, que apesar de algumas pequeníssimas similaridades, o Triumph é uma banda extremamente original e com sonoridade bastante característica. Rik Emmett deixa isso bem visível em suas linhas de guitarra. Embora ele, e ALex Lifeson (guitarrista do Rush), sejam guitarristas extremamente competentes, versáteis e habilidosos, há diferença nos timbres e no estilo de composição instrumental. Sem contar que Rik Emmett é um mestre das 12 cordas. Sim, ele utiliza uma guitarra gêmea, um braço com 12 cordas e outro com 6 (como qualquer guitarra comum), dando um som característico a banda. Acredito que muitos já viram o Jimmy Page (Led Zeppelin) utilizando uma guitarra desse tipo. O próprio Alex Lifeson já utilizou esse tipo de instrumento, mas Rik Emmett fez disso uma característica a parte, dando não somente uma "encorpada" no som do Triumph, mas também dando uma característica única a suas frases melódicas e harmônicas. Os outros integrantes do grupo são Gil Moore (bateria e vocal) e Mike Levine (contra-baixo). O primeiro disco da banda foi lançado em 1976 e levava o nome da banda. Com as remasterizações acabou recebendo o nome de "In the Beggining". No ano seguinte lançaram "Rock and Roll Machine", que em algumas versões continha músicas do primeiro disco. Até então a banda não havia feito grande sucesso e tocava com certa moderação fora do Canadá. Tudo mudou em 1979 com o lançamento dos singles "Hold On" e "Lay it on the Line" do disco "Just a Game". Inclusive a segunda música citada é até hoje uma das mais lembradas, e um grande sucesso comercial, da banda. A partir de então a banda começou a galgar seu nome e transformar-se em um dos maiores nomes do rock. Tá certo que no Brasil eles não são tão lembrados, mas lá fora (EUA, Canadá, Europa, Japão, etc...) os caras ganharam muito renome durante o final dos anos 70 e começo dos 80. Só uma pausa para dizer um pouco sobre a mudança de sonoridade e do conteúdo lírico da banda. Nos primeiros discos, principalmente os dois primeiros, o som do Triumph era voltado para o Hard rock e o Heavy metal, sendo que quase todas as músicas dos discos eram pesadas. Embora os membros não gostassem de ser rotulados como "uma banda de heavy metal", acreditando que esse termo delimitaria muito a sonoridade da banda.
El Bigodon - Mike Levine
Contudo esse era um fato, o som era pesado, relativamente rápido, porém muito bem trabalhado e com bastante melodia. As letras eram geralmente sobre o rock and roll, rebeldia, diversão e coisas bastante relativas ao rock e a juventude. A partir do "Just a game" a banda começaria a criar maturidade lírica (e sonora também). As letras já se voltavam a temas políticos, sociais e outros, mas também contendo problemas do dia a dia e a boa e velha diversão do rock and roll.

Gil Moore, energia pura
  Em 1980 eles lançam "Progressions of Power". Esse é o disco que menos curto do conjunto, embora ainda seja um excelente disco, com destaque para canções como "Hard Road", a instrumental "Finger Talkin" (Emmett gravava sempre uma faixa acústica nos discos, mostrando um pouco de sua habilidade como guitarrista e violonista), a roqueira "I live for the Weekend" e a pesada "Tear the Roof Off". Nos anos seguintes o Triumph lançaria os três discos que mais gosto de sua carreira. "Allied Forces" de 1981, "Never Surrender" de 1983 e "Thunder Seven" de 1984. Allied Forces é um disco, assim como Never Surrender, energético, criativo e interessantíssimo, desde o primeiro riff da pesada e cativante "Fool for your love", com seu refrão bem hard rock, passando pelo tapa na orelha, a força bruta, energia pura de um aríete musical que é a faixa título, a mirabolante, bela e bem trabalhada "Fight the Good Fight", até os últimos acordes do hard rock ultra melódico e ultra pegajoso que é "Say goodbye". Outro grande destaque é a variada "Ordinary Man", uma das minhas músicas favoritas da banda, sem contar a belíssima "Magic Powers", uma música extremamente linda. E 1983 é o ano de Never Surrender. Um disco que a Rolling Stones deu apenas uma estrela (nota mais baixa). E sabe o que eu penso disso. Um nabo para a Rolling Stones. Essa revista manja tanto de rock quanto os caras do Molejo. Olha só, que isso galera. Um disco poderoso como o Never Surrender merecia ao menos quatro estrelas (de cinco). A abertura fica por conta de "Too Much Thinking" uma verdadeira porrada. "A World of Fantasy" é uma ótima balada, "All the way" é uma música rápida e envolvente, "Never Surrender" é um épico com um solo que faz você querer sair por aí fazendo air guitar, sem contar que você quer matar o Rik Emett por causa das notas que esse cara atinge, não é brincadeira. Mas talvez o maior destaque do disco seja o Heavy-Blues que é a faixa "When the Lights Go Down". E em 1984, fechando essa "trilogia" de discos maravilhosos, temos o excelente "Thunder Seven". Adoro esse disco mas ainda acho os dois anteriores melhores, contudo vou destacar quatro músicas, duas de cada lado do bolachão (os vinis de antigamente juventude). A primeira é "Spellbound" e a segunda "Rock Out, Roll On". Duas músicas que mostram o lado mais pesado do disco, com muitos riffs e melodia na medida certa. O segundo lado segue com destaque para "Time Goes By" e "Killing Time". Esse segundo lado do disco envolve um conceito para as músicas, todas falam sobre o tempo. Capitão Óbvio ataca novamente, dá pra perceber pelo nome (Duhhh!). Enfim. Ambas possuem pontes e refrões extremamente grudentos, mas com algumas das melodias mais marcantes e cativantes da banda, estruturas quase progressivas e muita, mas muita qualidade na música e nas letras também.
                    Em 1985 sai o disco "Stages", material ao vivo da banda. Não se trata apenas de um show, mas de gravações de shows de turnês da banda, com músicas dos discos posteriores ao "Just a Game". Vale lembrar que duas faixas são inéditas, "Mind Games" e "Empty Inside". E no ano seguinte saiu "The Sport of Kings". Então, apesar de ser um bom disco, ainda acima da média, a coisa começou a ficar estranha. Ele era visivelmente mais comercial que outros discos do grupo... Aliás, esse ano, 1986, teve alguns discos bem comerciais para bandas "não comerciais". Vide "Fight for the rock" do Savatage, "Turbo" do Judas Priest ou "A Kind of Magic" do Queen. Mas lembrando galera, se um disco foi "mais comercial", ou mais "pop" que outros, não quer dizer necessariamente que foi ruim. Os exemplos que dei, por exemplo (hahahah, repetição de exemplos... sem graça). O do Queen considero como um dos melhores discos da banda, embora o do Savatage (por mais que Savatage seja uma das minhas bandas favoritas), já não posso dizer o mesmo. O do Judas é um caso a parte. Disco bom, mas de sonoridade... hmm... mais ou menos... meio pop... aquelas guitarras sintetizadas não deram tão certo quanto pro Iron Maiden. O fato é que o álbum de 1986 do Triumph ficou aquém do que se podia esperar do grupo. Algumas músicas são muito boas, "Tears in the Rain", e "Somebody Out There", mas no geral ele parece menos energético e interessante que os discos anteriores. E mesmo essas duas músicas que citei tem um pouco cara de trilha sonora de filme dos anos 80. Não é ruim, mas também não é o ápice.


O grupo no seu auge
A reunião de 2008
                Nesse período o Triumph passava por uma crise e bastante pressão entre os membros. Rik Emmett não se mostrava satisfeito com o grupo e em 1987 eles gravariam o último disco com seu guitarrista original e o penúltimo disco de estúdio da banda. Modesta opinião? Bastante superior ao "Sport of kings", é o que acho desse disco, o "Surveillance". Dou destaque para "Never Say Never", "Headed for nowhere" (que tem um riff parecido com material do grupo alemão Running Wild), a balada "Let the Light (Shine on Me)" e "Carry on the Flame". O disco não fez um grande sucesso, apesar de sua qualidade, e a banda já não estava mais tão popular como antes. Tudo isso, somado as frustrações de Rik Emmett com o grupo fez com que ele saísse. Então a banda entrou em um hiato ficando sem gravar nada até 1993, ano em que lançam seu último disco. Para o lugar de Rik Emett eles convidam Phil Xenidis, conhecido como Phil X, um guitarrista de estúdio, que tocou com gente do calibre de Alice Cooper, Tommy Lee, Rob Zombie e também, pfff...Avril Lavigne (ahahhahhahahah, mas isso bastante tempo depois galera, ah sim, vale lembrar que antes do Triumph ele não havia tocado com esses caras citados, apenas em algumas pequenas bandas, e o cara acabou substituindo o Ritchie Sambora, em alguns shows, recentemente no Bon Jovi, vish, o cara tá que tá, rosh). Então lançaram o disco "Edge of Excess", que apesar de ser muito bom, pesado e com uma pegada bem hard rock e heavy metal... Não deu certo. Comercialmente falhou pois aquela sonoridade estava datada em 1993, ao menos para a indústria musical. Em termos de público (fãs) fracassou em termos. Eles fizeram uma boa turnê, mas acredito que muitos torceram o nariz pois queriam a presença de Rik Emmett. Quer queira ou não, Emmett é um sujeito muito carismático, além de excelente músico.  E fez falta. Não menosprezando Phil X, masssss...é aquela coisa... Rik Emmett é o cara. O disco tinha uma sonoridade bem pesada (pra um disco de hard rock), lembrando algumas coisas do Skid Row (a lá "Slave to the Grind") e também do próprio Triumph. Acredito, eu, que pela falta de sucesso comercial, e até mesmo apoio do público, o Triumph se dissolveu. Cada um seguiu seu rumo. Rik Emmett já seguia uma, relativamente, bem sucedida carreira solo (não continuou famoso como no auge do grupo, mas estava bem, mais ou menos como o Mark Knopfler após a separação do Dire Straits, lógico, salvo as proporções). Gil Moore continuou a ajudar várias bandas através de seu estúdio Metalworks Studio (o maior e melhor estúdio de gravações musicais do Canadá), entre as quais David Bowie, Guns N' Roses, The Cranberries, Rush, Prince, Placebo, Sum 41, entre outros artistas menos famosos e também algumas celebridades que eu prefiro não citar. Há, Há, Há e Rosh. Quanto a Levine, o bigodão do grupo resolveu se dedicar mais a família.
                      Durante a década de 90 e princípio dos anos 00, houve rumores de que o grupo iria se reunir, mas isso só foi acontecer em 2008 em um show na Suécia. Em 2012 foi lançado um Cd e um Dvd desse show histórico, no qual ficou registrado um repertório curto, porém conciso, com os maiores sucessos e clássicos do Triumph. Infelizmente a banda nunca mais se reuniu para gravar um disco com músicas inéditas ou fazer uma turnê. Porém Rik Emmett ainda toca os clássicos do grupo em seus shows e também temos a possibilidade de recorrer a nostalgia...Ouvindo discos, músicas e vendo shows desse maravilhoso power trio.
                    Bom pessoal, é mais ou menos isso aí. Vou deixar vocês com alguns clássicos em ordem cronológica. Espero que gostem. Quem não conhece, corre atrás da discografia. Comprem, baixem, emprestem... Só não roubem, por favor né. Rosh. E pra quem já conhece, bom... Sabem do que estou falando. TRIUMPH!


1976 - Blindinglight Show (do disco "In the Beginning)



1977 - Takes Time (do disco "Rock and Roll Machine")


1979 -Lay it on the line (do disco "Just a Game")


1980 - I Live for the Weekend (do disco "Progressions of Power")


1981 - Fight the Good Fight (do disco "Allied Forces")


1981 - Ordinary Man (do disco "Allied Forces")

1983 - Never Surrender (do Disco "Never Surrender")
 
1983 - When the Lights Go Down (do disco "Never Surrender")
 

1983 - Allied Forces (do Disco "Allied Forces" - Versão ao vivo)

1984 - Time Goes By (do Disco "Thunder Seven")


1986 - Tears in the Rain (do Disco "The Sport of Kings")

 

1987 - Headed for Nowhere (Do disco "Surveillence")

1993 - Child of the City (do disco "Edge of Excess")


2008 - Too Much Thinking (do disco "Never Surrender" - Versão ao vivo da reunião de 2008)
Observação: Desculpem, não consegui achar nenhum vídeo (vídeo mesmo) de qualidade desse show. Mas de qualquer maneira acredito que exista para comprar.

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