sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Limbo Musical: Virgin Steele


Limbo Musical: Virgin Steele

Uma banda de heavy metal que você talvez tenha ouvido, talvez não. Pera lá, heavy metal não é o suficiente para descrever essa banda!


E ressuscito o limbo musical, agora! Pronto. Vamos falar um pouco de música. E agora trago para vocês um artigo sobre uma das bandas que mais gosto e também uma  das que menos ouço falar por aí. Virgin Steele.
Formada em 1981 pelo guitarrista Jack Starr e pelo baterista Joey Ayvazian, é um grupo norte-americano que em começo de carreira primava por um som mais cru, próximo do heavy metal mais tradicional e flertando com o hard rock setentista e oitentista. No mesmo ano encontraram um tecladista, que também era vocalista, David DeFeis, e devo dizer, tanto no vocal, quanto no teclado, é uma grande influência para mim. Enfim, DeFeis trouxe consigo o baixista Joe O'Reilly e a banda estava formada. Ainda em 1981 lançaram seu primeiro disco, Virgin Steele I. A repercussão não foi muito grande. Começaram a fazer shows ali e acolá. Dois anos depois saiu o "Guardians of the Flame", esse disco sim teve uma produção mais elaborada, as influências de heavy metal eram mais contundentes e a sonoridade se afastava do hard rock e ia de encontro ao rock progressivo e ao power metal europeu. Foi nesse momento que Jack Starr e David DeFeis começaram a brigar pelo direcionamento musical da banda. Jack era a favor de uma sonoridade mais simples, mais direta. DeFeis, grande fã de operas, música clássica, progressiva, etc... queria acrescentar cada vez mais elementos diferentes na banda. A cisma ocorreu e a banda se separou. Jack Starr processou DeFeis, para que o mesmo não pudesse usar o nome Virgin Steele. Perdeu. Perdeu "preibói". Então DeFeis chamou seu amigo Edward Pursino para assumir a guitarra... que me desculpe o J.Starr, mas o Pursino é muito mais músico que você amigão. Sem mais. A banda deu uma parada devido a essas complicações legais, mas voltou com tudo em 1986 com o lançamento do épico "Noble Savage". Pursino mostrou que não estava de brincadeira. Despejando riffs épicos e solos maravilhosos. A voz de DeFeis e seu teclado brilhavam como nunca. E a sonoridade? Vish! Essa ficou quase profética. Ouçam as faixas "Noble Savage", "We Rule the Night", "Thy Kingdom Come" e "The Evil in her Eyes".  Sem contar as bônus track's de relançamentos, como "Obsession (It Burns for you)" e "The Spirit of Steele". Em 1988 foi a vez de "Age of Consent". Um disco bom, não melhor que o Noble Savage, porém ainda mantendo a pegada. Embora houvesse certa influência do hard rock oitentista novamente, principalmente nas faixas "Seventeen (Age of Consent)" e a cover do Uriah Heep "Stay on Top" (Que ficou tão animal quanto a original). Outras faixas como "The Burning of Rome(Cry for Pompeii)", "Let it Roar" e "On the Wings of the Night" mostraram o VS tão épico e poderoso como antes.  Agora, cinco anos após o Age of Consent, que não teve uma venda muitoooooo boa, apesar de ser um clássico, sai o "Life Among the Ruins". Um disco MUITO BOM, porém totalmente voltado para o Hard Rock. Lembra pouco o antigo VS, aquele da pegada épica, da sonoridade profética. Algumas faixas se destacam no disco, entre elas "Sex, Religion Machine", "I Dress in Black" e "Love is Pain". Mas o disco era muito hard rock, beirando o farofa. Lógico, não era nenhum disco do Poison, Nelson ou Warrant, rosh! Mas também não era nenhum NOBLE SAVAGE CARAMBA! E agora? Os fãs estavam torcendo o nariz. Era tudo ou nada. E meus amigos, foi TUDO! No ano seguinte, 1994. Sai a primeira parte do que seria o retorno triunfal do VS à sonoridade mais pesada e profunda. "The Marriage of Heaven and Hell - Part One" é lançado. O disco é repleto de pérolas maravilhosas. Ainda há resquícios do hard rock, coisa que seria apagada pelos próximos dois discos do grupo, mas bem de leve. Destaque para todas as 14 faixas do álbum. Porém se formos falar de algumas faixas em particular, que tal: "I will Come for you", "Weeping of the Spirits", "Blood and Gasoline", "I Wake up screaming", "The Last Supper", "Life Among the Ruins" (Essa é minha favorita do disco) e "The Marriage of Heaven and Hell". Pronto, eis um disco praticamente perfeito. Seria, se não fosse outros dois discos. No ano seguinte sai a segunda parte, que não é bem uma ópera rock ou disco conceitual, mas que partilha de temas recorrentes entre algumas faixas. Coisa que o VS faria durante um bom tempo. Mas enfim, em 1995 sai o "The Marriage of Heaven and Hell - Part Two", e esse sim, veio para limpar qualquer traço de hard rock que ainda tinha na banda. Um disco que não é apenas heavy metal. Não é apenas metal. É um disco de música. Das 13 faixas não consigo apontar uma que seja ruim, ou ao menos "meia boca". O máximo que posso apontar é alguma faixa que não seja espetacular. Seria a faixa "Unholy Water". É uma ótima música, mas comparada as outras 12 faixas é a menos forte. Enfim, alguns destaques a meu ver: "A Symphony of Steele", "Crown of Glory", "Prometheus: The Fallen One", "Emalaith", "Victory is Mine" e "The Marriage of Heaven and hell - revisited". Tudo as mil maravilhas, até 1998. Nesse ano o VS bateu o pé na porta e a mão na mesa e disse: Viemos para ficar e quem estiver contra nós vamos decapitar! E sai o disco "Invictus". Que em bom latim quer dizer, invencível. Dezesseis faixas incríveis que contam uma história épica. Influenciado por mitologia grega e romana DeFeis nos apresenta personagens interessantes e um enredo elaborado. Qualquer hora irei fazer uma analise sobre o álbum. Destaques? Que tal...todas? Rosh. Vamos lá: "Invictus", "Mind, Body, Spirit", "God of our Sorrows", "Sword of the Gods", "Through blood and fire", "A Whisper of Death", "A Shadow of Fear", "Dominion Day" e "Veni, Vidi, Vici". 
Ah! Esse é o disco!

                     Ufa...Três discos sensacionais em sequência...DeFeis is on fire! E não parou por aí...não amigos. Em 1999 e 2000 saíram dois discos, The House of Atreus - Part I e Part II. Novos álbuns conceituais, uma mistura de mitologia e história. Os discos contam a saga de Oresteia, uma trilogia de tragédias gregas escritas por Aeschylus, escritor grego, pai das tragédias. Os discos foram tão aclamados e são tão bons que o VS foi resgatado do limbo pelo frangote do Tobias Sammet. Respeito o cara e gosto de alguns trabalhos dele, mas deveria ser o inverso. DeFeis é MUITO mais talentoso que o Sammet (os melhores trabalhos dele só vieram ao mundo com ajuda de grandes músicos, veja o trabalho Avantasia, é ótimo, mas tem muita gente grande junto dele pra poder ter feito o sucesso que fez. No Edguy ele não é tão brilhante). Enfim, não vim criticar o Sammet, visto que ele percebeu o enorme talento do DeFeis e arrumou um papel para ele nas duas primeiras partes da Ópera Rock Avantasia (The Metal Opera). Isso fez com que o VS voltasse a fazer grandes shows e participar de grandes eventos. Só para constar, destaques dos dois House of Atreus: "Kingdom of the Fearless (The Destruction of Troy)", "Through the Ring of fire", "Return of the King", "Child of desolation", "Agony and Shame", "Gate of kings", "Wings of Vengeance", "Fire of Ecstasy", "The Voice as a Weapon", "The Wine of Violence", "A Token of My Hatred", "Summoning the Powers", "Arms of Mercury", as duas suítes finais:

By the Gods Suite:
a)By the Gods
b)Areopagos
c)The Judgement of the Son
d)Hammer the Winds
e)Guilt or Innocence


The Legends Suite:
a)The Fields of Asphodei
b)When the Legend Dies
c)Anemone (Withered Hopes... Forsaken)


Sem contar a última canção: Resurrection Day (The Finale)


Ah, depois desse grande disco um intervalo de seis anos. Vish! Seis anos... A última vez que aconteceu isso saiu o famigerado "Life Among the Ruins". Eita. E agora? Bom, enquanto não chegava 2006 eles lançaram dois discos. "Hymns to Victory" e "The Book of Burning". Continha regravações de músicas antigas e lançamentos de músicas que ainda não tinham saído em nenhum disco. Então chegou 2006 e ganhamos o disco "Visions of Eden", que tinha o pretensioso sub-título de "The Lilith Project - A Barbaric Romantic Movie of the Mind". Longe de ser um disco ruim. É um bom álbum, porém não chegava aos pés do que foi lançado entre 1994 e 2000. As músicas muito extensas eram sofisticadas e tinham bastante qualidade, mas não empolgavam como as dos discos anteriores. Faltava aquela coisinha mágica que muitos chamam de "Feeling". Lógico, podemos destacar algumas faixas. "Immortal I Stand (The Birth of Adam)", "Adorned With the Raising Cobra", "Black Light on Black", "God above God" e "When Dusk Fell". O Conceito é sobre mitologia cristã, lendas da mesma e interpretações gnósticas sobre o assunto. Digamos que as letras são o ponto forte do disco. E em 2010 saiu o último disco deles, The Blacklight Bacchanalia. Pode ser considerado um sucessor espiritual e até mesmo uma continuação do conceito anterior. Depois de dessacrar seu criador o homem é jogado ao mundo e surgem as civilizações. No disco é mostrado o processo que envolve a criação das mitologias e religiões e todos os medos e angústias dos povos antigos, assim como representações e mudanças das crenças religiosas de civilizações mais antigas em detrimento das mais recentes, enfim... Liricamente falando MUITO FODA. Porém, musicalmente continuou naquela coisa do Visions of Eden. MUITO BOM, porém, faltando aquela pegada do Invictus. Ah sim, Invictus, que disco! Mas uma coisa é certa. Virgin Steele é uma das melhores bandas de metal épico que você terá escutado na sua vida. Sem mais. VS na cabeça!

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