No capítulo anterior de nossa saga progressiva abordei um pouco sobre o cenário britânico, algumas das bandas mais importantes e populares do genêro. Assim como cada estilo musical tem um país no qual se originou ou tornou-se mais popular é o mesmo com o progressivo. Tendo como berço a Grã-Bretanha, mais precisamente a Inglaterra, existem destaques de cenasa riquissimas fora desse país. Os maiores destaques vão para Itália e Alemanha, mas não podemos deixar de citar países como Brasil, EUA, Japão, França entre outros, que trouxeram grandes nomes.
O progressivo na Itália
Aqueles que são estudiosos e entusiastas do rock progressivo sabem de certo que a Itália possui uma gama enorme de bandas. Algumas ficaram até bem populares, como é o caso do Premiatta Forneria Marconni e Banco dell Mutuo Soccorso. Outras bandas como Cherry Five, Jumbo, Semiramis, Museo Rosenbach, Metamorfosis, não obtiveram tanto destaque, contudo não ficam atrás nos quesitos musicalidade, progressão, sonoridade, qualidade, etc.
Não creio que se possa dizer que existe um estilo chamado Rock progressivo italiano, visto que quase todas as bandas italianas utilizam-se de sub-estilos já consagrados como o rock progressivo sinfônico, o fusion jazz, o hard rock, entre outros... Todavia a sonoridade dessas bandas costuma ser única, com uma densidade muito grande. E o mais legal, na minha humilde opinião, é a escolha das bandas de cantarem em sua língua pátria. Em uma época que a moda era cantar em inglês para atingir um público maior, esses grupos escolheram utilizar sua lingua natal, sem medo de "passar vergonha".
Agora chega de papo sobre prog italiano. Irei recomendar alguns dos meus discos favoritos desse cenário tão rico:
1973 - Museo Rosenbach - Zarathustra

Talvez um dos discos mais obscuros da história do rock, que por contradição, tem se tornado muito popular entre os fãs de progressivo devido a internet. Maior que sua obscuridade é sua qualidade. Sendo um album progressivo é de se esperar um clima mais denso, variações de tempo, ritmo e arranjos complexos. Porém esse grupo vai além e mostra que a música é sim uma das formas mais complexas de arte. A primeira faixa ocupa o lado A inteiro da bolacha com a música "Zarathustra" de mais de vinte minutos. O conceito da canção é baseado no livro "Assim falou zaratustra" de Friederic Niezstche. O segundo lado do disco conta com outras grandes três faixas. A sonoridade é baseada nas guitarras pesadas, bem hard rock. Não tem tantos riffs marcantes, porém os fraseados e solos são de deixar o ouvinte de queixo caído. O teclado é um show a parte, denso e "pesado". Os vocais variam de gritos agressivos e "rasgados" a momentos mais suaves e melódicos. A cozinha é o menor destaque, fazendo seu trabalho com competência, porém sem um grande destaque. O disco é o único lançamento desse grupo na década de setenta, sendo que a banda lançaria seu segundo album quase vinte anos depois do primeiro.
Confiram nesse link uma resenha mais detalhada que eu fiz sobre a banda em um blog de um camarada, o Gustavão (Abraço garoto): http://rockarquivodois.blogspot.com/2010/07/museo-rosenbach-zarathustra-1973.html
1972 - Premiata forneria marconi - Per um Amico

1972 - Banco del Mutuo Soccorso - Darwin
Um disco conceitual de uma das bandas mais "estranhas" (no bom sentido) da Itália. O conceito gira em torno das teorias de Darwin, sua história e principalmente da teoria da evolução das espécies. Musicalmente é um álbum riquissimo, um pouco "estranho" (Já falei, no bom sentido) se comparado a outras bandas, mas com muita qualidade. O grande destaque é o trabalho nos

1973 - Semiramis - Dedicato a Frazz
Um dos discos com a capa mais estranha e feia (e olha que eu adoro essa capa) que já vi na vida. Entretanto o som é inversamente proporcional, uma das sonoridades mais completas e belissimas, muito embora seja o único disco dessa maravilhosa banda. Antes de continuar quero fazer um comentário. Tornou-se, até algum tempo atrás, exacerbar esse álbum, tanto devido a qualidade, quanto devido a obscuridade do som e da banda. Tornou-se um tipo de clássico

O interessante é a perfeita harmônia de peso e melodia. As guitarras são bem pesadas para um trabalho de 1973 de uma banda que não é heavy metal (assim com Black Sabbath era na época). A sonoridade é bastante diversificada, embora em alguns momentos algumas músicas se tornem um pouco redundantes, mas nada que faça você achar que está ouvindo a mesma faixa diversas vezes. Em suma, um ótimo disco, altamente recomendado.
Agora vamos falar um pouco de um outro país... Alemanha.
A Alemanha sempre foi um país de destaque no cenário mundial. Seja por ter se envolvido de cabeça em 2 grandes guerras, ter sido palco de uma das maiores desgraças do século XX (não falo do Curintias, nem do governo do George W.Bush, mas sim do Regime Nazista), ter um "muro das lamentações" moderno (Muro de Berlim, óbvio), ou por fabricar o carro favorito dos "boys" do começo do século XXI (esse eu nem vou comentar).
Mas a Alemanha também teve um rico cenário musical, principalmente quando se trata de música progressiva. Alguns destaques maiores vão para bandas como Triumvirat, Eloy, Kraftwerk, Tangerine Dream, Can, Amol Dü II, entre outras.
A sonoridade de algumas, como as três últimas citadas se encaixa no Krautrock, sub-estilo experimental que visava criar um novo tipo de cultura musical na Alemanha. O nome krautrock, a principio, era uma ofensa dos críticos. Krautrock é uma palavra que faz uma espécie de trocadilho com chucrute (repolho cozido), querendo dizer repolho estragado, ou algo do tipo. Entretanto o termo acabou sendo adotado como classificação para essas bandas.
Bom, chega de conversa fiada, vamos para os destaques:
1974 - Kraftwerk - Autobahn

Uma banda única para sua época. A sonoridade do Kraftwerk é eletrônica, sendo uma das bandas precursoras dos estilos de música eletrônica e techno surgidos a partir do fim dos anos oitenta e começo dos noventa. Entretanto as semelhanças cessam nesse ponto. Kraftwerk segue a linha experimental do krautrock, e esse disco é considerado a obra-prima da banda. A faixa-título ocupa inteira o lado A do disco. Ela é grande, mas não é tão épica ou variada. O conceito por trás dessa música é apresentar uma espécie de "trilha sonora" para uma estrada, tentando induzir o ouvinte a acreditar que está viajando na auto-estrada. O segundo lado do disco contém músicas mais curtas, mesclando trechos bem sombrios e soturnos a passagens mais alegres, sendo que esse lado é inteiramente instrumental.
1977 - Eloy - Ocean
Melhor disco dessa banda muito boa. Inevitavel as comparações feitas a grandes icones como

1975 - Triumvirat - Spartacus
Triumvirat sempre foi comparada ao super-grupo Emerson, Lake and Palmer. Muito embora eu veja as semelhanças por conta de ambas as bandas se basearem em trios, não usarem guitarras (na maior parte das músicas) e focarem muito no teclado, sintetizadores e orgãos, ainda sim creio que existam diferenças atenuantes.

1974 - Tangerine Dream - Phaedra
Tangerine Dream é uma banda de krautrock que teve diversas fases. A mais aplaudida e considerada a melhor pelos fãs é a de meados da década de setenta. Phaedra é considerado a obra máxima do grupo pela maioria. Um disco que pessoalmente considero denso, mas de certa maneira calmo e relaxante em muitos momentos. Ao contrário de outras bandas como ELP,

Bom, agora que acabamos de falar da Alemanha e Itália, que tal apenas destaquer grandes nomes de outros países. É esse post está longo e estou cansado.
EUA: Kansas
Para mim o maior nome do rock progressivo vindo dos USA. O melhor disco deles é com toda certeza Leftoverture. A sonoridade se assemelha mais a bandas como Rush, um hard bem progressivo. Destaques para Carry on My wayward son, Magnus Opus e The Wall.
Canadá: Rush
Uma das bandas que mais gosto. Não tem muito papo, Rush é RUSH! Pronto, acabou.

Brincadeira, não vamos ser tão superfíciais. Rush tem uma trajetória inigualável. Uma banda que se construiu com bases no rock and roll, rythm and blues e logo avançou para o rock progressivo (se bem que eles tem muito de hard rock e heavy metal, tanto que seriam as bases para o metal progressivo, abordaremos isso em outro "post"). Meu disco favorito deles? Tem tantos. Mas darei destaque para o Hemispheres, com certeza o mais progressivo da banda. Lançado em 1978 foi o último disco 100% prog do Rush, depois lançariam Moving Pictures e Permanet Waves, alcançando de vez o estrelato com Tom Sawyer e Spirit of the Radio. Mas o Hemispheres tem algumas de minhas canções favoritas. Cygnus X-2 (epico de 20 e poucos minutos) e The Threes, uma das mais belas faixas da banda.
Brasil: O terço, Casa das máquinas, Sá(,) Rodrix e Guarabyra, O Som nosso de cada dia, bacamarte, A barca do Sol, Mutantes, entre outras...
O Brasil, por incrível que pareça, teve um cenário progressivo riquissimo, e atualmente é um dos poucos países que ainda segue essa tradição (junto com a Itália e alguns outros), vendo que a

Japão: Far East Family Band
Banda do grande nome da New Age Kitaro. Na época ele já tinha carreira solo, entretanto esse disco é de sua banda de progressivo. Sonoridade à lá Pink Floyd lá da época do Meddle ou do Atom heart Mother, porém mais rock, menos experimental, mais progressiva e mais sómbria, mais obscura. A qualidade é tanta que não tenho palavras para descrever. Ouvi esse disco, sei que a banda é do Kitaro, porém tenho dificuldades para achar mais informações. Se alguém quiser ajudar deixe um comentário ou mande um e-mail para mim. Nipponjin é o disco que ouvi deles. Destaque para o lado A do disco.
França: Jean Michel Jarre, Gong, Magma, Jean-Luc Ponty
São alguns nomes do progressivo francês. Jean Michel Jarre é o menos progressivo, mas o mais famoso. Trabalhos instrumentais, trilhas sonoras, música new age e progressivo eletrônico constam em seus trabalhos, tendo destaque Oxygen I e II. Gong e Magma são bandas singulares.

Bom, existem outras grandes bandas de progressivo em diversos países. Entretanto tentei resumir ao máximo isso, caso contrário poderia ter um blog exclusivamente para tratar de grupos progressivos mundo a fora.
Continuamos no próximo capítulo meus amigos.
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