sexta-feira, 9 de novembro de 2012

10 filmes que você deveria ver

10 filmes que você deveria ver, mas que provavelmente não vai assistir só porque eu falei, ou talvez não...vai saber...

       Os filmes que irei citar aqui são obras cinematográficas que provavelmente você até deve ter ouvido falar, conhece alguém que assistiu, ou então, se for apenas um "assistidor de blockbusters" nunca deve ter ouvida falar de nenhum. São aqueles filmes que são bons, alguns geniais, mas que você provavelmente nunca irá assistir, porque tem preguiça de procurar ou simplesmente por achar que "filmes bons são filmes famosos". Besteiras a parte, existe muito "lixo cult", assim como "lixo mainstream". Contudo eu prefiro os bons filmes, sejam independentes, cults, blockbusters, o escambau. Mas chega de lenga lenga, vamos lá:

Ordem cronológica:

10 - O Nascimento de uma nação

País: EUA
Direção: D.W. Griffith
Ano: 1915

       Filme polêmico, mesmo em sua época, gerou diversos protestos de organizações ligadas as pessoas negras. O filme é um épico (mais de 3 horas) mudo e P&B, dividido em duas partes. Inspirado na obra de Thomas Dixon, "The Clansman: An Historical Romance of the Klu Klux Klan", é uma livro (e um filme) com certo teor racista (eu diria ALTO TEOR racista). A primeira parte retrata o período pré-Guerra Civil, no qual duas famílias, uma do norte e outra do sul, contam a história da película. Os esteriótipos raciais são muito explorados. A segunda parte mostra a ascensão da KKK (Klu Klux Klan), que são apresentados como "heróis". Apesar da melhor obra de Griffith ser "Intolerância", filme de 1916, que tem uma história muito menos controversa, mas com conteúdo interessante, reflexivo, o filme "O Nascimento de uma nação" é uma marca em questões técnicas e narrativas. Tirando a temática de caráter duvidoso, deve-se olhar como uma obra a frente (ou atrasada, depende do ponto de vista) de seu tempo...  (E deixo bem claro, sou contra o tema do filme, não me venham com churumelas, rsss)

9 - O Gabinete do Dr.Caligari

País: Alemanha
Direção: Robert Weine
Ano: 1919

        Esse é um filme que influenciou quase uma década de produção alemã. Um dos pontapés iniciais do movimento expressionista alemão na sétima arte. Quanto a qualidade técnica não há grandes inovações. Uma câmera fixa. O que o filme trás de novo é a influência da estética expressionista. Locações fechadas de estúdio, sombras deformadas e cenários totalmente distorcidos, causando grande sensação de claustrofobia e desconforto. Filmes que se seguiriam depois, como "Nosferatu - Uma sinfonia de horror" (1922), "A Carruagem Fantasma" (1921) entre outros, mostrariam grandes influencias dessa estética estranhamente bizarra. A história envolve o charlatão hipnotizador Dr.Caligari e seu sonambulo e catatônico Cesare. Caligari o usa para cometer diversos crimes. Em determinado momento descobrimos que o Caligari era na verdade um diretor de hospício que havia ficado louco. O que acontece é que há um filme dentro de um filme. Um clássico que muita gente torce o nariz por ser P&B, mudo e estranho. Mas isso não tira o fato de ser um clássico.

8 - Metrópolis

País: Alemanha
Direação: Fritz Lang
Ano: 1927

       Outro filme mudo que mudou a cara do cinema. Não é o primeiro filme de ficção cientifica, visto que talvez um dos primeiros filmes sobre o tema seja a obra, "Viagem à Lua" (1902) de George Méllies. Contudo, Metrópolis é um dos filmes mais aclamados do diretor Fritz Lang, da Alemanha e também da ficção-cientifica e até mesmo do cinema em geral. A história distópica de um futuro controlado por poucos, uma sociedade dividida em castas é algo muito explorado. Diversos autores, Aldoux Huxley, George Orwell, Philip K. Dick, entre outros, já falaram sobre o tema (entretanto a maioria depois de Fritz Lang), porém no cinema foi algo novo. O filho do mestre de Metrópolis descobre o que acontece na cidade, a miséria dos trabalhadores. Se une a Maria, uma das líderes dos trabalhadores da baixa cidade. Enquanto isso um dos engenheiros do mestre de Metrópolis cria um robô com feições femininas. Ele substitui Maria e começa, ao invés de incitar os trabalhadores a lutarem por seus direitos, a agir de maneira estranha. Primeiro dança sensualmente em um clube decadente e depois incita uma rebelião de grandes proporções. Um filme que sofreu muito com o tempo, cópias perdidas, cortes das edições originais, remasterizações de qualidade duvidosa... Mas enfim, um eterno clássico.

7 - Sindicato de Ladrões

País: EUA
Direção: Elia Kazan
Ano: 1954

Eis um filme que não assisti por completo. De seus 108 min. (aproximadamente 1 hora e 48 minutos) devo ter visto pouco mais de uma hora, mas não por ser um filme cansativo ou tão pouco ruim. Apenas por falta de tempo e descaso. Confesso, burrice minha. Pretendo terminar de assisti-lo ainda. O que me lembro é o seguinte. A história gira em torno do personagem de Marlon Brando, um ex-pugilista fracassado, chamado Terry Malloy, que se torna "garoto de recados" de um dos grandes chefões sindicais da máfia. O filme mostra a estrutura complexa de poder e corrupção dos sindicatos sob o controle mafioso. Malloy participa involuntariamente de um assassinato de um homem honesto (que dedurou os sindicatos para a polícia). Isso o atormenta, e tudo fica pior quando ele se apaixona pela irmã do falecido. As coisas se desenrolam de forma que Malloy entra em um conflito moral. A partir desse ponto filme começa a ficar cada vez mais interessante e reflexivo. Necessito assistir por completo essa obra, recomendo para todos.

6 - O Sétimo Selo

País: Suécia
Direção: Ingmar Bergman
Ano: 1957

         Ingmar Bergman foi um dos responsáveis pelo "renascimento" do cinema nórdico. No começo do cinema esses países (Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega) ditos nórdicos foram responsáveis por grande quantidade (e qualidade) de produções cinematográficas. Contudo, após a ascensão de Hollywood e principalmente após as duas grandes guerras, o foco da produção de filmes se direcionou para os EUA, deixando quase isolados países como esses e suas produções diferenciadas. Max Von Sydow interpreta Antonius Block, um cruzado que retorna 10 anos após uma cruzada sangrenta e tenebrosa. Sua fé em Deus está abalada ao ponto dele considerar repugnante a idéia de acreditar em Deus. Durante o filme Block encontra a morte e jogam xadrez. A partida não reflete apenas a vida de Block, porém também sua fé na religião e na humanidade. A engenhosidade do enredo, a melancolia, e em alguns momentos o humor, fizeram com que, além de ser considerado um dos filmes mais espetaculares do cinema mundial, fosse amplamente influente e até mesmo satirizado. Quem não lembra da cena do filme Bill e Tedd, no qual a morte joga Twister pela vida dos dois estúpidos, porém bem intencionados, juvenis.

5 - A Marca da Maldade

País: EUA
Direção: Orson Welles
Ano: 1958

        Muitos consideram "Cidadão Kane" (1941), a maior obra do diretor, ator, roteirista, produtor e radialista, Orson Welles. Eu acho isso uma tremenda besteira. Quanto mais dizer que Cidadão Kane é o melhor filme já feito, assim como dizem diversas revistas e críticos, altamente questionáveis. Sim, é um ótimo filme. Importante, principalmente em termos técnicos e narrativos, apresentou técnicas de profundidade e enquadramento e aperfeiçoou outras diversas formas de se mover a câmera e fazer arte. Contudo é um exagero dizer que é o melhor filme, tanto porque "A Marca da Maldade" pode ser considerado o melhor filme de Welles.
Quando pegou o roteiro em mãos viu que era uma porcaria e tratou de reescreve-lo. Tornou um filminho b policial em uma das grandes obras do cinema. A história gira em torno do personagem de Charlton Heston, Miguel "Mike" Vargas que se vê envolto em uma trama de corrupção. Welles interpreta o chefe de polícia Quinlan em uma atuação icônica e monstruosamente sádica. Mais um clássico que ficou ofuscado pela mídia babaca e pelos neófitos de plantão.

4 - Dr.Fantástico ou como aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba

País: Inglaterra
Direção: Stanley Kubrick
Ano: 1964

        Em pleno período de maior paranoia da guerra fria, o medo que o ocidente tinha de uma ameça nuclear e da "ameaça" comunista, beirava a loucura. Kubrick sabia disso e decidiu transformar a obra "séria" de Peter George (Red Alert nos EUA e Two hours to Doom na Inglaterra), um oficial da Força Aérea Britânica, em uma brilhante e ácida comédia de humor negro. Com Peter Selles (o eterno Inspetor Closeau de "A Pantera Cor-de-Rosa) fazendo três papéis distintos: O oficial da RAF Lionel Mandrake, o presidente dos EUA Merkin Muffley e o próprio Dr.Fantástico. A ousadia e a perspicácia de Kubrick, além do talento nato de Sellers, fazem essa obra se tornar atemporal (raro para um filme com o tema da guerra fria) e perfeita.  Milhões de anos luz a frente de obras importantes sobre o mesmo tema, é um filme peculiar que não é para qualquer um. A cena mais famosa do filme é com certeza a do ator Slim Pickens no papel do Major T.J. "King" Kong, montado na bomba atômica, gritando e cavalgando como se fosse um cavalo ou touro de rodeio.

3 - Chinatown

País: EUA
Direção: Roman Polanski
Ano: 1974

Um drama policial Noir sobre uma grande rede de corrupção em Los Angeles. Jack Nicholson interpreta um detetive que foi policial em Chinatown e se vê envolto em uma misteriosa conspiração. Ao mesmo tempo que mescla a corrupção e tramas políticas com infidelidade e ambiguidade moral, Chinatown apresenta um estudo curioso sobre a Los Angeles da década de 30. Isso fica evidente na trama referente a personagem da atriz Faye Dunaway (Sr,Mulwray). Aparece (com oura atriz representando seu papel) no escritório de Jake Gittes (personagem de Nicholson) pedindo para que ele comprove as traições do marido. Depois de comprovado e encerrado o caso, a verdadeira senhora Mulwray aparece e decide processar Gittes, alegando que nunca o procurou. Logo em seguida seu marido aparece morto e Nicholson descobre um engenhoso esquema de corrupção. A trama segue cheia de reviravoltas. Os temas complexos vão da já citada corrupção até mesmo o incesto. O final catastrófico apenas aumenta a sensação de ambiguidade desse quebra-cabeças cinematográfico e a falta de possibilidade perante a um jogo de poder.

2 - Quadrilha de Sádicos

País: EUA
Direção: Wes Craven
Ano: 1977

          Um dos melhores filmes de terror e, na minha opinião, o melhor filme do diretor Wes Craven. Antes de se tornar conhecido pelo sucesso dos ótimos (e mais futuramente não mais que medianos) filmes da série "A Hora do Pesadelo" e a trilogia "Pânico", Craven lança essa pérola de baixo orçamento, mas muita espirituosidade mórbida. Um estudo interessante sobre racismo, preconceito e intolerância disfarçado de terror e filme de estrada. Uma família de classe média vai de carro para Los Angeles, mas resolve parar no meio do caminho para ver uma mina de prata que foi dada de herança. Não sabem que naquele lugar vive uma família formada por "aberrações" (representando as minorias oprimidas) lideradas pelo mutante conhecido como Júpiter. Esses "mutantes guerrilheiros canibais" sobrevivem de pequenos roubos, dispondo de qualquer instrumento ou arma encontrados pelo caminho. A arrogância da família que vai para Las Vegas é representação da soberba da burguesia e da classe média (assim como da elite dominant... ah chega desse papo pseudo-marxista, kkkk) , tornando-os alvos para a família de canibais sádicos. O filme é repleto de tensão. Não encontrarão uma pérola assim em meio a um mar de mesmice que é o gênero terror, principalmente entre os filmes "slasher" da década de oitenta em diante.




1 - Brasil, O Filme 

País: Inglaterra
Direção: Terry Gilliam
Ano: 1985

          Terry Gilliam é um dos membros do Monty Python. Não costumava a aparecer em cena, mas era um dos diretores, um dos escritores e o cartunista da turma. Durante a década de oitenta ele decidiu investir bastante na direção de filmes versáteis e reflexivos, mas sem deixar de lado seu talento natural, a comédia crítica e cartunesca. A história por si só é bizarra, porém com reflexões interessantes (mesmo que fantasiosas) sobre vertentes políticas. Assim como no livro "1984" de George Orwell (inclusive obra que influenciou muito a criação do filme "Brasil"), há um estado destópico altamente burocrata e paranoico. Uma mistura de fascismo com burocracia britânica e paranoia norte-americana do macartismo. Mas ao contrário da obra de Orwell, no qual o sistema bruto e opressor, funciona como um relógio suíço, a obra de Gilliam mostra o "status quo" como um grupo de "desordenados burocratas paranoicos estúpidos e ignorantes", sendo que logo no começo do filme cai um inseto na impressora e um mandato de prisão para o terrorista Tuttle (interpretado por Robert DeNiro) se transforma em um mandato de prisão para o inofensivo senhor Buttle (Brian Miller). A partir daí o personagem principal, Sam Lowry (Jonathan Pryce), funcionário de nível médio do governo, se vê envolto em uma trama complexa que o leva a se envolver com um grupo dissidente. Ele só consegue escapar da realidade em seus sonhos e fantasias. Na sua imaginação se torna um cavaleiro alado, com uma poderosa espada destruindo monstros e salvando sua amada donzela. Realmente é uma obra fantástica, repleta de criticas políticas e sociais ácidas, disfarçadas de humor, com gags inteligentes, mas que algumas vezes beiram o deboche total, o pastelão e o non-sense.



    Bom gente, uma consideração final.
Existem diversos filmes que eu gostaria de colocar aqui. Contudo os filmes que citei (esse tal, "top 10") são obras considero (ao menos é como vejo por aí), mais "citadas" ou "faladas", do que realmente assistidas, interpretadas e compreendidas, e que, de certa forma, foram relevantes para a produção cinematográfica mundial.
Bom, é isso. Até a próxima.

3 comentários:

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