terça-feira, 7 de junho de 2011

Limbo Musical: Rock progressivo

Rock Progressivo - Capítulo II: Da psicodélica ao período clássico.

Depois que bandas como The Beatles, The Who e Rolling Stones, começaram a fazer experimentos musicais, seja com instrumentos indianos, instrumentos de sopro e outros diferenciados do rock and roll, colagens musicais, efeitos inusitados, inversão musical (os famosos "backmasking", que muitas vezes continham até mesmo mensagens subliminares), entre outros elementos estranhos ao rock mais clássico, a musicalidade mudou. Não bastava apenas fazer música por diversão. Era tudo cultura, ou contra-cultura, dependendo do ponto de vista.

Durante essa época surgiram várias bandas que romperam com a estética padrão da arte.
Os nomes mais destacados desse período, que ficou conhecido como psicodelismo, foram The Doors, Velvet Underground, Pink Floyd, Jefferson Airplane, Ten Years After, os próprios Beatles entre outros. Numa época em que o "flower power" (a moda hippie e toda a cultura de paz e amor) estava em alta, um som "viajado", com letras ácidas, filosóficas, abstratas e instrumentais que iam do blues ao experimental, mostrando forte influência de drogas alucinógenas, como lsd, era uma forma de tentar expandir a mente dos músicos.

Essas bandas ainda não praticavam o rock progressivo como o definimos hoje, entretanto para tudo existe um princípio, e esse período de rock psicodélico, também muitas vezes chamado de proto-prog, é o cerne do que viria a ser o derradeiro rock progressivo da década de setenta.

Fica difícil definir quando o rock progressivo passou a ser progressivo por definição, assim como é difícil identificar qual foi o disco ou banda que originou o heavy metal, ou qual foi o primeiro disco de rock progressivo, como já foi abordado aqui no blog. O que acontece são divergências de opiniões e diferentes conceitos sobre o que é música progressiva. Entretanto, há esse período de transição do psicodélico para o progressivo, e a banda que mais se destaca foi o Pink Floyd. Justamente por ser a banda mais popular de prog rock de todos os tempos, será usada como modelo para muitas idéias a partir de agora.

Vejam só, o primeiro disco do P.Floyd, "The Piper at the gates of dawn", lançado em 1967, quase juntinho com o superestimado "Sgt.Peppers" do The Beatles, e com o subestimado "Days of a future past" do Moody Blues.
Psicodelia pura. Nem dá pra dizer que esse disco do Pink Floyd é rock progressivo (principalmente se comparado a sonoridade adotada pela banda alguns anos depois). Mas de qualquer maneira é um disco de rock progressivo. Psicodélico sim, progressivo, possivelmente. Acontece que na época, Syd Barrett, vocal e guitarra, era o principal compositor e "líder" da banda. Sua personalidade singular e seu alto uso de alucinógenos, influenciava diretamente a banda. Quando ele largou o grupo e David Gilmour assumiu seu papel, o grupo redirecionou sua sonoridade progressivamente, mudando suas estruturas musicais diretamente para Gilmour e Roger Waters (vocal e baixo).

Mas será que foi apenas a mudança de guitarrista que mudou o direcionamento musical da banda? Provavelmente foi um fator marcante, porém existem outras questões, como introsamento dos músicos, novas formas de pensar, novas influências, novo cenário musical, enfim.

Outra banda que teve papel importante nesse período transitório é o The Nice.
Uma banda que não teve tanto destaque quanto outras, mas que revelaria um dos maiores nomes do rock progressivo, Keith Emerson, que alguns anos depois fundaria o mega grupo, Emerson Lake and Palmer.
The Nice foi um grupo britânico que fez a transição do piscodelismo proto-prog para o rock progressivo de modo natural e perfeito.

Enfim, esse capítulo poderia até render mais algumas linhas, entretanto irei me abster por enquanto, guardando mais informações para o terceiro capítulo.

Próximo capítulo: Rock progressivo: Capítulo III: Os anos dourados do rock progressivo

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